domingo, 22/12/2024
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Gedimar diz que foi “torturado” pela PF de Cuiabá

O advogado e ex-policial federal Gedimar Passos disse à CPI dos Sanguessugas, em depoimento no Senado, que suas contradições perante os parlamentares se devem ao depoimento que deu sob tortura na Polícia Federal em setembro: “o senhor acha normal ficar treze horas de castigo com água até a canela para amolecer meu juízo? E isso aconteceu”, afirmou Passos.

Diante da surpresa dos senadores e deputados que lhe perguntavam sobre sua participação no escândalo do dossiê, Gedimar disse que terá chance para explicar melhor os maus-tratos em seu primeiro depoimento na PF em São Paulo. “Nunca vi aquilo que fizeram comigo, só porque trabalhei pelo PT”, reclamou Gedimar Passos, sentindo-se pressionado pelas perguntas do deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ).

Gabeira havia questionado duramente Gedimar Passos sobre o porquê de ele ter omitido no depoimento que já sabia do nome de revistas de grande circulação (Isto É e Época) que poderiam patrocinar a compra do dossiê juntamente com o grupo de petistas.

Gedimar disse no Senado que não soube em nenhum momento de transação de valores financeiros para a obtenção dos documentos e nem do nome de um veículo de imprensa que estaria interessado em divulgar os dados da família Vedoin.

Gedimar Passos disse que sua missão, delegada por Jorge Lorenzetti, se restringia a analisar os documentos do dossiê que seriam mostrados por Darci e Luiz Antônio Vedoin. “Em nenhum momento eles mostraram qualquer documento”, justificou Passos para depois acrescentar que voltou a integrar reuniões pela simples ordem de Jorge Lorenzetti, mesmo que nada de relevante fosse repassado pelos Vedoin.

Gedimar foi preso em 15 de setembro com o empresário Valdebran Padilha carregando cerca de R$ 1,7 milhão que seria utilizado na compra do dossiê. Após o depoimento do ex-coordenador de Comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista Hamilton Lacerda.

Hamilton Lacerda, por sua vez, foi filmado pelo circuito de segurança do hotel onde os dois foram presos, em São Paulo. No vídeo, ele aparece entrando com uma bolsa em que, segundo a Polícia Federal (PF), estaria o dinheiro usado para pagar o dossiê. Em seu depoimento na PF, Lacerda negou que tivesse transportado o dinheiro e informou que a bolsa continha material de campanha eleitoral.

O ex-coordenador de Comunicação também é suspeito de articular a publicação de reportagem sobre o dossiê na revista IstoÉ.

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Parmenas Alt
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