O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) instaurou um inquérito complementar para apurar a suposta participação de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) nos crimes investigados por meio da Operação Seven e das cinco fases da Operação Sodoma.
O fato foi revelado pela juíza Selma Rosane de Arruda, responsável pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, durante audiência de instrução da Operação Seven, realizada nesta quarta-feira (19), na qual o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) foi reinterrogado.
As suspeitas são de que cinco conselheiros teriam recebido propina do ex-gestor para aprovar as suas contas de Governo. O fato veio à tona por meio da delação premiada do ex-secretário chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf.
Ele afirma que foram pagos R$ 50 milhões aos conselheiros durante os anos de 2010 e 2014 a título de propina. De acordo com ele, parte do dinheiro utilizado para pagar a propina seria oriundo do esquema investigado por meio da Operação Seven. Conforme o Ministério Público Estadual, a organização criminosa liderada pelo ex-governador desviou cerca de R$ 7 milhões dos cofres públicos por meio da compra de um terreno de 727 hectares que pertencia ao médico Filinto Corrêa da Costa, o qual já era de propriedade do Estado.
Durante a audiência do dia 19, Silval foi questionado sobre o assunto, mas preferiu não entrar em detalhes, uma vez que se trata de pessoas com prerrogativa de foro.
A fim de esclarecer os fatos, a magistrada informou que irá solicitar o reinterrogatório de Nadaf. As defesas de Silval e do ex-secretário, entretanto, não admitem a necessidade de o ex-secretário ser ouvido novamente e pediram apenas que a sua delação fosse inclusa nos autos do processo.