O Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpre mandados de busca e apreensão na Secretaria Estadual de Saúde (SES), no Centro Político Administrativo, em Cuiabá, e na sede da empresa responsável pelos serviços oferecidos na Caravana da Transformação, que fica em Ribeirão Preto (SP), nesta segunda-feira (3).
O governo do estado ainda não se manifestou sobre o caso.
A operação, denominada Catarata, é coordenada pelo Núcleo de Defesa do Patrimônio Público de Cuiabá, do Ministério Público de Mato Grosso, e investiga indícios de que o estado pagou por cirurgias de catarata não realizadas durante o mutirão.
Os mandados de busca e apreensão foram determinados pela juíza Célia Vidotti, da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá.
A magistrada também acatou o pedido do MPE e determinou a suspensão do contrato e o pagamento de quaisquer valores à empresa responsável pelos serviços de oftalmologia.
Na Secretaria de Saúde do estado, documentos estão sendo apreendidos. Documentos de cada edição estão sendo separados em caixas. Os agentes procuram documentos das 14 edições da Caravana da Transformação.
Bloqueio de bens
Foi decretada ainda a indisponibilidade de bens do secretário estadual de Saúde, Luis Soares, e do proprietário da empresa 20/20, cuja sede fica em Ribeirão Preto.
A Justiça também autorizou a busca e apreensão dos celulares deles.
Gastos
A empresa, segundo o MPE, já recebeu do governo do estado R$ 41 milhões e tem a receber mais R$ 6 milhões.
Nesta segunda-feira, o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público deve colher depoimentos de pessoas envolvidas no caso.
A caravana
O programa Caravana da Transformação foi implantado pelo governo de Mato Grosso em 2016, com a intenção de zerar as filas de cirurgias oftalmológicas em todo o estado. Foram 14 edições em dois anos.
Segundo informações divulgadas pelo próprio governo, foram realizadas 61 mil cirurgias de catarata, 8.237 de pterígio e 5.840 de yag laser.