O grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MPE), deflagrou nesta quinta-feira (30) a quarta fase da Operação Convescote, que apura desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). Foram cumpridos oito mandados de condução coercitiva e oito mandados de busca e apreensão contra servidores do TCE, da ALMT, empresários e um advogado.
Os mandados foram expedidos pela Vara Especializada do Crime Organizado (7ª Vara Criminal) e cumpridos em Cuiabá, Primavera do Leste, Cáceres e no Rio de Janeiro.
Conforme o MPE, a suposta organização criminosa alvo da operação desviou dinheiro público por meio de convênios com a Faespe, FUNRIO e Associação Plante Vida. A organização também é suspeito de peculato, lavagem de capitais e corrupção ativa.
O esquema
De acordo com o MP, a organização criminosa agiu no estado entre os anos de 2015 e 2017, com clara divisão de tarefas, se apropriando de recursos públicos e lavando o dinheiro para dissimular a natureza. O líder do esquema seria um servidor do TCE, Marcos José da Silva, que à época dos fatos ocupava o cargo de secretário executivo de Administração daquele órgão. O G1 não localizou a defesa do servidor.
As investigações apontam que a ALMT, o TCE, secretarias estaduais e prefeituras firmam convênio com a Faesp para a prestação de serviços diversos. A fundação, por sua vez, subcontrata empresas – algumas delas fictícias, como as investigadas na operação –, pagando pelos serviços com dinheiro público.
A primeira fase da operação foi deflagrada no dia 20 de junho. Segundo o MPE, mais de R$ 3 milhões em recursos públicos foram desviados.
Na segunda fase, foram cumpridos 13 mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão contra servidores do TCE, da ALMT e funcionários do Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito) e da Faespe
Durante a terceira fase, um policial do Gaeco foi preso suspeito de tentar obstruir as apurações em curso, além de ter solicitado vantagem indevida a um dos investigados para vender informações sigilosas que favoreceriam a organização criminosa, o que causou prejuízo para as investigações.
G1