O fundador do site de vazamentos WikiLeaks, Julian Assange, chegou nesta terça-feira à corte dos Magistrados Belmarsh, em Londres (Reino Unido), para mais uma audiência do caso de extradição à Suécia –onde é acusado por assédio sexual e estupro.
Assange, 39, chegou à corte de segurança máxima acompanhado de seu advogado Mark Stephens. A audiência tratará em grande parte de procedimentos, estabelecendo as condições para uma segunda audiência de extradição prevista para os dias 7 e 8 de fevereiro, e lidar com outros aspectos do caso.
Um juiz de alta instância libertou Assange sob fiança de 240 mil libras em 14 de dezembro, nove dias depois de sua detenção. Assange está, desde então, em prisão domiciliar em uma mansão em Norfolk-Suffolk, de propriedade de Vaughan Smith, ex-capitão do Exército e fundador do Frontline Club para jornalistas em Londres.
Suécia quer a extradição de Assange para enfrentar alegações de estupro, molestação e coerção, feita por duas mulheres. Uma delas alega que Assange manteve relações sexuais com ela sem usar preservativo, apesar de seu desejo expresso para que a proteção fosse utilizada. A segunda acusa o fundador do WikiLeaks de ter feito sexo, em 17 de agosto, sem camisinha e enquanto ela dormia em sua casa em Estocolmo.
Assange admite ter mantido relações consensuais com ambas as mulheres, mas nega qualquer crime e diz que as alegações são parte de uma estratégia para prejudicar o trabalho do site que, atualmente, vaza 250 mil documentos diplomáticos americanos.
Com um terno azul marinho e gravata azul, Assange posou para fotógrafos ao lado de seu advogado, mas entrou na corte sem dizer uma palavra.
Mais cedo nesta terça-feira, sua organização divulgou um comunicado condenando as ameaças de morte feitas contra o australiano, relacionando seu caso e o da congressista democrata Gabrielle Giffords, que foi baleada na cabeça em um massacre no Arizona que desencadeou um debate nacional sobre o tom dos discursos políticos nos EUA.
As autoridades americanas ainda estão trabalhando na construção de um processo contra a WikiLeaks, que já vazara centenas de milhares de arquivos secretos de inteligência dos EUA sobre as guerras no Iraque e Afeganistão. A defesa de Assange teme que a extradição à Suécia leve a uma posterior extradição aos EUA.
F.COM
DA ASSOCIATED PRESS, EM LONDRES