Um dos principais hospitais britânicos disse que um terço das crianças que atende em determinados casos ficam doentes porque os pais fumam na frente delas. A incidência de bronquite, asma e infecções no ouvido poderia ser reduzida se os pais abandonassem o tabagismo, disse Steve Ryan, diretor clínico do Hospital Alder Hey, de Liverpool, no norte da Inglaterra.
Segundo Ryan, os pais mentem com freqüência sobre se fumam ou não na frente dos filhos.
A Fundação Britânica para o Pulmão diz que 17 mil crianças com menos de cinco anos recebem tratamento médico a cada ano por exposição à fumaça de cigarros.
Sentimento de culpa
A cada 35 mil crianças atendidas no hospital de Liverpool a cada ano, 2 mil precisam de assistência médica porque foram expostas ao fumo pelos pais, disse Ryan em entrevista na Rádio BBC Five Live.
Entre um quarto e um terço dos menores com males como infecções pulmonares e asma eram fumantes passivos.
Os pais costumam saber das implicações de fumar perto de seus filhos, acrescentou o médico. “As pessoas se sentem culpadas.”
“Se fosse fácil, eles parariam. Cuidar de crianças é divertido mas pode ser estressante e, para alguns, cigarros são uma forma de aliviar a tensão.”
Para ele, legislação coibindo o tabagismo não é uma solução para o problema. É necessário conscientizar os pais dos vários graus de risco apresentados pelo hábito de fumar.
Ryan disse que o risco maior para os menores é quando os pais fumam dentro do carro, onde as crianças estão “presas” e expostas a fumaça concentrada.
Mães fumantes representam um risco maior do que pais fumantes e fumar no mesmo cômodo de uma criança também traz um alto risco, afirmou.
F.onL