O treinador conseguiu motivar o time. Mas sua ansiedade pela vitória deixou a equipe escancarada para os contragolpes do Ceará. No final, decepcionante 1 a 1. Foi o sexto empate seguido
Rogério Ceni incendiou o São Paulo. Para o bem e para o mal.
Fez o time ser aplaudido durante o jogo.
E vaiado no final, com o resultado frustrante, de 1 a 1.
No seu retorno ao clube que é o maior ídolo, o treinador sabia exatamente o que a diretoria e os torcedores queriam. Ele tratou de colocar na equipe Orejuela e Benítez, cujas ausências trouxeram problemas para o demitido Crespo. Na frente, a dupla desejada pela torcida. Calleri e Luciano.
E o treinador escancarou seu time, buscando a vitória. O Ceará aproveitou o espaço que teve. Aceitou o desafio. A partida no Morumbi foi frenética, com chances reais desperdiçadas de lado a lado.
Se o São Paulo teve mais iniciativa, vontade, garra, pressão do que na era Crespo, defendeu muito menos. Foi uma equipe sem recomposição, organização defensiva. Volpi e Richard fizeram defesas incríveis, tomaram bolas nas traves e viram os times adversários perderem desperdiçarem chances dentro da grande área.
No final, o empate em 1 a 1, que deixa o São Paulo na perigosa 13ª colocação a quatro pontos da zona do rebaixamento.
“Não penso em rebaixamento, penso em ganhar o próximo jogo que é um clássico. Corinthians vem bem mais ajeitado. Vamos estudar uma maneira de vencer. Precisamos fazer pontos. Hoje era pra sair vitorioso, finalizamos, criamos, o placar normal seria 2, 3 gols (de vantagem)”, disse Rogério Ceni.
O treinador estava diante do impasse.
O São Paulo atacou mais, teve personalidade, Benítez finalmente acordou. Calleri e Luciano atormentaram a zaga cearense. Mas o time com apenas Liziero como marcador nas intermediárias. Foi maravilhoso para o Ceará articular suas jogadas ofensivas. Era liberdade demais.
Foi o motivo que o volante Fabinho pôde, por exemplo, acertar um lindo sem pulo e marcar 1 a 0 para o Ceará, aos 22 minutos do primeiro tempo.
Os nervos dos jogadores do São Paulo, que já estavam à flor da pele, querendo agradar ao novo técnico, passaram do limite. Com o time correndo de forma desesperada, vibrante até demais, só que sem consciência tática.
O destaque negativo era Orejuela, totalmente sem ritmo, marcando muito mal, errando passes simples. A torcida o xingava, vaiava, quando ele descobriu Calleri livre na área. Ele bateu colocado, o goleiro Richard rebateu e o argentino empurrou para as redes 1 a 1, aos seis minutos do segundo tempo.
O São Paulo pressionou, lutou, tomou contragolpes. O jogo ficou alucinante. Mas faltou talento para diante de Volpi e Richard.
No final, outro resultado ruim para o São Paulo.
Ceni sabe que restam 12 jogos ao clube na difícil luta para tentar a classificação à Libertadores.
E revelou, sincero, que se fosse dirigente do clube, não mandaria Crespo embora.
“Eu ficaria com o Crespo até o final do ano, cara excepcional, ganhou um titulo. Melhor que eu pra dar entrevista. Gente boa. Eu não queria trabalhar esse ano, abri uma exceção por ser o São Paulo. Quero ajudar o clube, mesmo com as dificuldades.”
E Ceni sentiu na pele, o quanto são muitas as dificuldades…
CosmeRimole R7