Dezenas de milhares de mulheres com implantes defeituosos vão poder removê-los às custas do governo francês, segundo recomendação do ministério da saúde local. Cerca de 30 mil mulheres têm os implantes da empresa PIP (Poly Implant Prothèses) no país.
A decisão pode ter consequências em outros países na Europa e na América do Sul, inclusive no Brasil, para onde os implantes foram exportados.
No Brasil, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 25 mil implantes defeituosos da PIP foram usados.
O ministério da saúde francês afirma que a retirada é preventiva e não é urgente. Não foram encontradas ligações entre os implantes que foram alvo de recall no mundo todo em 2010 e os nove casos de câncer em mulheres que haviam usado o silicone.
No entanto, essas próteses têm uma chance maior de se romper, liberando um tipo de silicone de qualidade questionável no corpo da mulher. Ainda não se sabe como será feito o processo de remoção das próteses e seus custos.
A PIP usou silicone industrial mais barato em vez do tipo cirúrgico para preencher suas próteses. A empresa foi fechada.
Em nota, o governo francês diz que a recomendação de retirada vale também para os implantes que não mostram sinais de deterioração.
Exames de ultrassom e mamografia podem não acusar o rompimento da prótese. Por isso, muitas mulheres podem estar com os implantes rompidos sem saber. O silicone de baixa qualidade pode trazer riscos para os órgãos internos.
A Anvisa afirma que, no Brasil, não foram registrados problemas com as próteses até agora. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica afirma também que não recebeu notificação de problemas com os implantes da PIP, mas que, a partir de janeiro, deve começar um levantamento, junto aos mais de 5.000 cirurgiões plásticos brasileiros, sobre os tipos de implante usados e possíveis problemas.
F.COM