Mato Grosso possui um município com 12,3 mil quilômetros quadrados – dos quais apenas 35,74% são de área urbana e os demais 64,26% de área rural; nele residem 18.859 pessoas (IBGE/2007) com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0.717, considerado médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O IDH é um fator de medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida e natalidade.
Santo Antonio do Leverger – o município citado – está distante apenas 35 km da capital – Cuiabá – com ligação direta por rodovia asfaltada, sem restrições de acesso e – nele – a energia elétrica não é mais um entrave à expansão das atividades empresariais. Mais ainda: o traçado original da ferrovia prevê a passagem dos trilhos na região onde também está o gás natural – disponível e abundante.
Junte-se a esse cenário municipal, uma cadeia pública, um presídio militar, a Penitenciária Agrícola das Palmeiras e apenas um delegado de polícia designado – vinculado à Delegacia Regional de Várzea Grande.
Por suas atribuições, o delegado tem que atender esse conjunto de alto risco, as ocorrências do dia-a-dia, os delitos de trânsito ocorridos na rodovia BR-163 e – também – os 11 mil e 200 quilômetros quadrados de extensão territorial e 7.625 pessoas residentes (IBGE/2007) do município vizinho Barão de Melgaço (121 km da capital, centro-sul).
“Esse delegado precisaria ser onipresente – ou seja, estar em todos os lugares ao mesmo tempo – para atender as necessidades de segurança de uma população não tão grande, mas pulverizada em uma região bastante extensa. E com uma agravante: a migração natural de turistas em ocasiões festivas como o carnaval”, alertou o deputado Roberto França (sem partido).
O parlamentar pediu ao governo – por meio do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito – para designar um delegado de polícia para atender exclusivamente Santo Antonio do Leverger. Segundo ele, os motivos que apresentou seriam suficientes para justificar sua solicitação.
“Mas, tem mais: o último concurso público não contemplou o estado com um número suficiente de delegados, muito menos o pólo metropolitano de Cuiabá. E Santo Antonio tem uma situação mais emergencial por todos os motivos expostos aqui”, observou França.
Seu pedido ao governo teve origem na Câmara Municipal local e chegou até ele pelos vereadores Ugo Padilha, Valdir Ribeiro e Izaias Vieira Pires Júnior – presidente do Legislativo. Os parlamentares asseguraram que a presença efetiva de um delegado de polícia em Santo Antonio do Leverger irá agilizar, inclusive, o andamento de processos e inquéritos que – afirmam – aumentam a cada dia.