Sueca.
Algo estranho acontece no cérebro de um homem quando ele escuta esta palavra de cinco letras. Mais rápidas do que nunca, suas sinapses logo elaboram a imagem mental de uma mulher. Uma mulher tão bela que chega a atormentar. O cabelo é loiro-alvo – e natural! A pele é dourada de sol, ainda que raramente o astro rei dê as caras pelo país nórdico. Os olhos são azuis, ou variações sobre esse mesmo tom. E o corpo… bom, o corpo é como o de uma top made in Brasil mesmo, uma coisa assim meio Gisele Bündchen. Magra, mas sem perder as curvas jamais.
Quando um homem escuta a tal palavra, portanto, pensa em uma mulher como Jessica Olsson. Jessica (“mas pode chamar de Jess”) nasceu em Malmö, cidade com pouco mais de 300 mil habitantes, mas ainda assim a terceira maior da Suécia, 26 anos atrás. Desde abril do ano passado, todavia, ela está entre nós, no Brasil, mais exatamente no litoral norte de São Paulo, na Praia Preta. É lá que ela e o norueguês Anthony Huus, seu namorado, moram. Em um chalé de dois quartos alugado, “no meio de uma floresta, perto da praia”, sem televisão, sem sinal de celular, sem internet. O que eles fazem da vida por lá? “Nós vivemos”, é a resposta, aparentemente simples, mas cheia de significado. “Assistimos a filmes, escutamos música, surfamos muito, namoramos…”
Os dois também brincam de tirar fotos como estas aqui, clicadas pelo próprio Anthony. “Sou tímida, mas posar para o namorado é fácil. Não tentei ser sexy nem nada do tipo. Apenas fui quem eu sou. Nos divertimos muito fazendo este ensaio. Espero que isso fique evidente para os leitores”, conta. Ficou, Jess.
Anthony, que “abrasileirou” há nove anos, foi quem importou a moça para este lado do hemisfério. O casal se formou quando ele fazia snowboard na Noruega, no mesmo resort em que Jess trabalhava durante o inverno – era o jeito que ela dava para passar a estação praticando o esporte de graça. Desliza pra cá, desliza pra lá, o negócio virou namoro. E o rapaz resolveu trazer seu mais novo amor consigo. “Eu estava sem planos para depois da temporada de esqui. Ele convidou e eu vim. No avião, tive uma crise: ‘Nossa, o que estou fazendo da minha vida? Nem conheço direito esse cara!’. Chegando aqui, ainda bem, deu tudo certo.”
No Brasil, a neve foi substituída pela areia e pelo mar, e de snowboarder, Jess virou surfista. Pega onda todo dia. Antes, na adolescência, foi jogadora de basquete, de futebol, jogou hóquei e fez até motocross. Modelo mesmo só resolveu ser no Brasil, por insistência dos brasileiros (possivelmente culpa do tal poder sobrenatural da palavra “sueca”). “Todo mundo me perguntava se eu era modelo quando cheguei aqui. Acabei pegando uns trabalhos. Por que não experimentar as coisas, não é mesmo?”, diz. Jess também já experimentou morar na Espanha e na Áustria. Por ora, pretende ficar no Brasil. “Mas não penso muito nisso. Gosto de não ter um trabalho das 9 às 17, um apartamento próprio, uma renda fixa… Vivo o day by day, aceitando tudo que vem pela frente. Estou há seis anos desse jeito. E estou muito feliz.” Quem não estaria?