Os empresários do Brasil, da Índia e África do Sul vão aproveitar o Fórum de Diálogo Ibas grupo que reúne os três países para discutir melhorias no transporte a fim de ampliar o comércio trilateral. A idéia é buscar soluções para o transporte marítimo de cargas, responsável pela maior parte do comércio entre as três nações.
A informação foi divulgada pelo gerente executivo de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Frederico Álvares, que integra a comitiva brasileira presente no fórum que começou hoje (13), em Nova Délhi (Índia).
Segundo Álvares, para melhorar o sistema de transporte marítimo seriam necessárias intervenções como a revitalização dos portos e a criação de linhas diretas entre esses três países. “Em qualquer negociação que se faça em nível comercial, se a gente não tiver trabalhando paralelamente a questão de transportes, a gente não vai obter resultados superiores [no volume do comércio trilateral]”, afirmou Álvares.
De acordo com o representante dos empresários, 95% do comércio entre os países são feitos por via marítima. Mas, com a falta de linhas diretas conectando Brasil, Índia e África do Sul, os navios acabam fazendo escala em outros portos, para que as cargas sejam retiradas da embarcação e transbordadas para outra, o que encarece a operação comercial.
“Esses transbordos encarecem o frete, tornam as distâncias obviamente mais longas e, com isso, aumenta-se o custo do transporte. Então, a gente tem que começar a trabalhar tendo em perspectiva essa questão”, argumentou.
Álvares explica que as deficiências nos portos dos três países devem ser sanadas para que se alcance a meta de duplicar o volume de comércio dos US$ 8 bilhões atuais para US$ 15 bilhões. “A ineficiência portuária, como se sabe, encarece o custo do transporte de uma maneira geral.”
Além de discutir as melhorias no transporte, os empresários do Ibas também terão a chance de discutir oportunidades de negócios entre si. Segundo o gerente da CNI, a cooperação no setor de biocombustíveis é um dos segmentos que podem ser explorados pelos três países.
“O Brasil é um grande fornecedor de equipamentos para biocombustíveis. A Índia também é um grande produtor de cana-de-açúcar. E hoje, na África do Sul, os biocombustíveis têm uma atratividade muito grande. É uma área que pode ter uma construção coletiva e de onde podem sair projetos de cooperação”, afirmou.
Agência Brasil