A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, deve fazer um discurso amplo e de forte teor programático, com ênfase para a educação, na convenção que homologará seu nome para a corrida eleitoral, marcado para domingo, em Brasília. No final de semana, ela fará outros dois discursos, nas convenções do PDT, seu ex-partido, em São Paulo, e na do PMDB, o principal aliado do PT nas eleições deste ano.
Ao contrário do discurso feito em fevereiro no 4º Congresso Nacional do PT, quando aproveitou o para se apresentar e conquistar a confiança dos petistas, Dilma desta vez deve apontar os rumos do partido na condição hoje incontestável de herdeira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo assessores, Dilma chega à convenção em uma situação bastante diferente daquela de quatro meses atrás, quando discursou pela primeira vez a todos os setores do partido e reafirmou compromissos com as bandeiras do PT para afastar desconfianças.
Se em fevereiro Dilma era um grande ponto de interrogação para a maioria dos petistas que participavam do Congresso, hoje é uma realidade palpável, política e eleitoralmente, líder das pesquisas, com uma aliança nunca antes alcançada pelo PT e chances reais de bater o tucano José serra na eleição de outubro.
Por isso, em vez de se apresentar e pedir a benção ao PT, neste domingo Dilma deve aproveitar sua fala para ditar os rumos do partido até a eleição e, em caso de vitória, nos próximos quatro ou oito anos. “Ela não precisa mais beijar a mão nem pedir a benção a ninguém. O momento é outro”, disse um integrante da equipe de Dilma.
A ênfase deve ser a educação. Dilma deve reafirmar teses como a da necessidade de um sistema que garanta o amparo aos estudantes “da creche á pós-graduação”, como ela mesma já disse. Segundo os petistas, a fala de Dilma na convenção do PT deve ser entendida em um contexto que envolve os discursos que ela fará nas convenções do PDT paulista e do PMDB.