As lutas entre Hamas e Fatah na faixa de Gaza crescem no dia de hoje e aumentam a violência. A Organização das Nações Unidas (ONU) anuncia que o milhão de palestinos que dependem da ajuda-alimentos do órgão não estão comparecendo aos locais de distribuição. Permanecem em suas casas devido a violência nas ruas.
E é inviável a vinda de novos carregamentos de alimentos pelo perigo que ameaça a quem tentar sair pelas ruas de Gaza e cidades vizinhas. Existe possibilidade de fome para os habitantes.
Porta-vozes de Hamas e Fatah qualificam a luta de guerra civil. Diria que ainda é um exagero, mas não se está longe de momento sem volta, de rompimento entre os lados. Abu Mazen, o presidente, empenha-se em por fim à luta; Haniyeh, líder do Hamas, diz que faz o mesmo. Não há sinais de sucesso. O ódio inspira os lutadores.
Sabe-se que o Hamas tem uma lista de 55 dirigentes do Fatah que pretende eliminar e está caçando. Ao que colhi via telefone de conhecidos na cidade, os procurados não estão na área. Eles se escondem.
Há o perigo da luta chegar a Cisjordânia, a outra parte palestina na qual estão assentados e vivem cerca de 400 mil israelenses. Os colonos e serviços de segurança israelense poderão se encontrar no meio da luta e obrigados a reagirem. Se se chegar a tanto, os minutos seguintes podem significar passos para uma generalização do conflito. O Oriente Médio volta a viver sob as maiores tensões.
A maioria dos governos árabes simpatiza com Abu Mazen, mais próximo deles filosoficamente. Mas em cada país existem minorias inclinadas a verem regimes e governos muçulmanos no poder.