Um grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho flagrou 69 trabalhadores que eram mantidos em condições degradantes em uma fazenda do município de Tapurah (320 km de Cuiabá). Eles haviam sido contratados por três empresas que prestam serviços de construção civil na propriedade rural –que não teve nome e proprietário divulgados.
A situação foi descoberta após denúncia anônima. Segundo o auditor-fiscal Leonardo César de Lima, da SRTE (Superintendência Regional do Trabalho) de Mato Grosso, as condições de trabalho no local eram “péssimas”, sem alojamentos apropriados, acesso à água potável e equipamentos de segurança individual.
“É mais correto afirmar que não havia alojamentos, pois o que encontramos foram galpões sem paredes laterais e algumas pessoas dormindo sobre placas de isopor, sem conforto ou higiene”, disse Lima.
O espaço para banhos ficava ao ar livre e se limitava a uma mangueira pendurada sobre um fio de arame. “Os trabalhadores tinham que improvisar locais para banho. Alguns resgatados alegaram terem passado mal após consumirem a água de um poço da fazenda”, diz a SRTE-MT, em nota.
Foram lavrados 23 autos de infração. O estabelecimento rural e as três prestadoras de serviço foram notificadas a pagar R$ 130 mil em verbas rescisórias e indenização por danos individuais. Os resgatados foram levados a hotéis da cidade, onde aguardam o pagamento.
Segundo o auditor-fiscal, a maioria do grupo é formada por pessoas arregimentadas na região de Tapurah, mas havia trabalhadores oriundos dos Estados do Pará e Maranhão.
RODRIGO VARGAS
da Agência Folha