Entrada sem documentação coloca em risco saúde humana e pode afetar exportações de carne bovina de Mato Grosso; ação aconteceu na quinta-feira (17) com apoio do Gefron
Fiscais do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) fizeram a destruição sanitária de 68 cabeças de gado oriundo da Bolívia. A entrada dos animais sem procedência sanitária coloca em risco a saúde humana e também o rebanho de Mato Grosso, além de violar tratados internacionais do Brasil com a Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE).
O coordenador de Sanidade Animal, Felipe Peixoto, explica que não há protocolo de importação e atualmente é proibido o ingresso de bovinos da Bolívia. Também existem diferenças nas certificações sanitárias do país vizinho e, nesse caso específico, por não haver documentação de procedência não se sabe quais as vacinas, alimentação e medicações foram utilizadas nos animais, sendo inseguro destinar ao consumo.
“Estamos trabalhando para que Mato Grosso seja zona livre de febre aftosa sem vacinação. O trânsito internacional de animais tem protocolos específicos, que não foram obedecidos. O risco da entrada desse gado boliviano pode trazer impactos econômicos ao Estado, que é exportador de carne bovina. Se falharmos com o que foi pactuado com a OIE poderemos perder certificações. O mercado europeu não vai comprar carne mato-grossense se não tivermos o controle da fronteira”.
Conforme o boletim de ocorrência, na quinta-feira (17), policiais do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) interceptaram três veículos que vinham no sentido da Bolívia ao Brasil. O motorista confessou que praticava transporte de gado entre os dois países. Ele apresentou uma nota fiscal relacionada ao ano de 2021 e admitiu não possuir documentação necessária vigente para o trânsito da carga atual. Ao todo, foram apreendidas 68 cabeças de gado.
Para mitigar o risco de disseminação de doenças infectocontagiosas, os bovinos apreendidos foram imediatamente submetidos ao rifle sanitário e destruídos pela inumação em vala profunda pelos fiscais do Indea. Os caminhões boiadeiros utilizados na prática do delito foram desinfectados.