A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a analisar os efeitos do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) na saúde pública do país e acusou a oposição de ter tirado, “de um dia para o outro”, R$ 40 bilhões da área da saúde. Para a petista, o fim do imposto do cheque colocou os brasileiros “em uma verdadeira arapuca”.
“Não é possível a gente supor que sai R$ 40 bilhões da receita da saúde e fica tudo por isso mesmo, o que aconteceu com a saúde. Nós, brasileiros, fomos colocados numa verdadeira arapuca, numa armadilha, porque a oposição tirou R$ 40 bilhões da área da saúde sem nenhum processo de transição, de um dia para o outro. E, hoje, nós temos de fazer face a vários reclamos justos da população”, afirmou Dilma, pouco antes de participar de um encontro com cerca de 1,1 mil prefeitos de partidos da base aliada do governo em Brasília.
O G1 procurou o PSDB, partido que foi um dos principais articuladores para o fim da CPMF, para comentar as declarações da pré-candidata e ainda aguarda resposta.
A pré-candidata do PT falou da CPMF para explicar as declarações concedidas em entrevista nesta segunda-feira (17), quando supostamente teria defendido o imposto do cheque. A petista negou que tivesse feito a defesa do imposto e afirmou ser favorável à reforma tributária. “Sou a favor da reforma tributária. Eu acho que, no Brasil, tem que diminuir tributo, e não aumentar”, argumentou.
Em abril passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia defendido o retorno da CPMF. O imposto do cheque foi extinto em dezembro de 2007. Em seu último ano em vigor, a CPMF proporcionou uma arrecadação extra de R$ 14,7 bilhões ao governo.
Temer e pesquisa
Afirmando que estava em um dia de bom humor, Dilma procurou valorizar a decisão da Executiva Nacional do PMDB de indicar o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP), para ser vice de sua chapa. “Queria até saudar que o PMDB tenha escolhido um vice de tanta qualidade como o deputado Michel Temer. Eu já liguei a ele dando os meu parabéns. Achamos que o PMDB não é só um grande partido, mas é o partido com o qual temos feito uma aliança estratégica”, disse Dilma.
Ao ser questionada sobre o resultado da pesquisa CNT/Sensus que apontou empate técnico entre ela e o pré-candidato do PSDB, José Serra, Dilma foi cautelosa: “Não vamos subir num salto alto. Esse processo é longo, duradouro. Vamos esperar até outubro”.
‘Experiência inquestionável’
Dilma também falou de seu histórico administrativo ao ser questionada se a presença de Temer em sua chapa poderia compensar a sua falta de experiência eleitoral. A petista, que foi ministra-chefe da Casa Civil e ministra de Minas e Energia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse ter “experiência administrativa inquestionável”.
“Acho interessante essa, vamos dizer, chamada crítica. Eu sou uma pessoa com uma grande experiência administrativa inquestionável. Aliás, dificilmente alguém teve o nível de experiência que eu tive na frente da coordenação do governo do presidente Lula e de todos os programas, como ministra-chefe da Casa Civil”, afirmou. “O fato de eu não ter experiência eleitoral, eu não sou uma política tradicional. É visível. As pessoas sabem. A minha trajetória toda foi no sentido do serviço público, de servir as pessoas.”
G1