O quarto dos 11 filhos do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, afirmou em entrevista à rede americana CNN que seu pai deveria procurar “um outro caminho”. Omar disse que decidiu falar em público porque quer “um fim à violência” inspirada por Osama.
“Eu tento dizer a meu pai: tente encontrar outro caminho para alcançar seu objetivo. Essas bombas, essas armas, não podem fazer bem”, afirmou Omar em inglês, com forte sotaque.
Ele disse ainda à rede CNN que não conversa com o pai desde 2000, quando deixou um campo de treinamento da rede Al Qaeda no Afeganistão, com o consentimento de Osama.
“Eu disse que estava indo embora, que queria viver minha vida. Desde bem jovem, sempre estive com meu pai. Eu só ouvia a ele e a seus amigos. Meu pai, então, me disse: “se essa é a sua escolha, a sua decisão, o que posso dizer? Eu gostaria que você estivesse comigo, mas essa é sua decisão””, afirmou ele na entrevista.
Omar disse não ter idéia de onde Osama possa estar. Para ele, porém, seu pai “jamais será encontrado”. Questionado sobre a possibilidade de Osama ter escolhido como esconderijo a região da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, ele afirmou: “Talvez sim, talvez não”.
Com 26 anos e cabelos compridos, o filho do suposto mentor do atentado contra o World Trade Center, em Nova York, em 11 de Setembro de 2001, é casado com uma britânica que tem duas vezes a sua idade. Eles dizem pretender lançar um movimento pela paz.
“Sou filho de Osama, não escondo isso, não escondo meu nome”, afirmou ele. “Tenho orgulho de meu nome. Mas as pessoas fogem de mim, ficam com medo.”
Omar afirmou que não considera seu pai um terrorista.
“Quando ele combatia os soviéticos no Afeganistão, os EUA o consideravam um herói. Antes eles chamavam de guerra, agora chamam de terrorismo”, afirmou ele à CNN.
11 de Setembro
Na entrevista, ele criticou ainda os ataques de 11 de Setembro. “Pessoalmente, não acho que [o 11 de Setembro] foi uma coisa certa, mas aconteceu. Não acho que [a guerra] no Vietnã foi uma coisa certa. Não acho que o que acontece com os palestinos ou no Iraque seja certo. Se falarmos sobre o que é certo e o que não é, teremos uma longa lista”, disse Omar.
O filho de Osama afirmou ainda que deixou a Al Qaeda porque não queria se associar ao assassinato de civis.
Perguntado pela CNN se, ao tomar conhecimento do ataque contra os EUA, ele sabia que seu pai estava por trás do atentado, Omar disse apenas: “Sim, talvez”.
Ele disse ter sentido tristeza pelas pessoas mortas. “Não concordo com o 11 de Setembro ou com qualquer guerra em que civis morrem”.
Omar afirmou ainda que o relacionamento com seu pai era “limitado”.
Ele é o quarto dos 11 filhos de Osama com sua primeira mulher. “A maior parte do tempo ele estava muito ocupado, ou com seus amigos. Ele trabalhava demais”.