Sem meias palavras, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse que falta praticamente tudo para o Brasil sediar a Copa de 2014, mas minimizou as dificuldades, observando que são normais.
Questionado especificamente sobre o que falta para a realização do próximo Mundial, Valcke respondeu: “Temos que construir alguns estádios, algumas estradas, alguns aeroportos. Tem que colocar em prática um novo sistema de comunicação. Tem que melhorar as condições de hospedagem. Mas é assim mesmo, vai ter muito trabalho como sempre”.
Antes, o presidente da Fifa, Sepp Blatter, provocado sobre o mesmo tema, observou, antes de passar a palavra a Valcke: “Não sei de problemas, mas quero saber das soluções”.
Há um ano, ao final da Copa das Confederações, em Johanesburgo, Blatter deu nota 7,5 para a organização do evento, causando surpresa e decepção entre os sul-africanos. Nesta segunda-feira, um dia após o final da Copa, elevou a nota para 9. “Na universidade, esta nota seria acompanhada do título ‘summa cum laude’ (ou ‘distinção e louvor’). Uma nota muito boa”, disse.
Indagado sobre o que a África do sul deveria fazer para conseguir uma nota 10, Blatter não foi direto. “A perfeição não existe”, disse.
Um outro tema envolvendo a Copa de 2014 levantado na entrevista diz respeito às vagas para a América do Sul no Mundial. Em 2010, o continente africano manteve as cinco vagas a que tinha direito e ganhou mais uma, pelo fato de a África do Sul ter sido anfitriã. A Conmebol tem hoje quatro vagas mais uma, a ser definida em repescagem com um país da Concacaf (América Central e do Norte).
Blatter não esclareceu se, pelo fato de o Brasil hospedar o próximo Mundial, o continente ganhará um lugar a mais. “Isso é uma decisão do comitê executivo da Fifa, que só será tomada no ano que vem”.
UOL
Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)