domingo, 22/12/2024
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FHC cobra mais agressividade do PSDB na campanha de Alckmin

Ele pregou também a necessidade da atuação de políticos que, como o ex-deputado Roberto Jefferson, dramatizem as denúncias de corrupção e criem um “curto-circuito” na sociedade.

As afirmações foram feitas em palestra a uma platéia de cerca de 200 simpatizantes do PSDB, que contou com a presença do candidato tucano ao governo paulista, José Serra.

“O presidente (Lula) tem disposto dos meios de comunicação por muito tempo. A expectativa é que no horário eleitoral gratuito seja possível transmitir uma mensagem mais firme para que a população possa sentir que tem um interlocutor válido. O partido tem que tomar uma posição mais agressiva, mais atuante”, disse Fernando Henrique.

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, está em segundo lugar em todas as pesquisas de intenção de voto, que dão vitória a Lula no primeiro turno das eleições de outubro.

Apesar de defender que a posição de opinião pública só se altera por meio dos programas do partido ou eleitorais, Fernando Henrique explicou que a estratégia do comando da campanha é a de apresentar a biografia do candidato nos primeiros programas eleitorais para só depois torná-lo mais “afirmativo” nas denúncias.

“É claro que isso deixa as pessoas ansiosas… Eu estou esperando que essa estratégia esteja certa”, afirmou.

Ele foi cobrado em perguntas do auditório sobre uma maior participação do partido na campanha, enquanto o PT mostra mais união. “É verdade que, fora o PT, os outros partidos não têm tanta organicidade”, disse, para em seguida cobrar da platéia filiação ao PSDB.

Provocado, criticou a postura do governador do Ceará, Lúcio Alcântara, candidato à reeleição pelo PSDB, que mostrou no horário eleitoral apoio à reeleição de Lula. “É inaceitável”, resumiu.

Na palestra, sobre o tema “Ética e Cidadania”, Fernando Henrique cobrou responsabilidade dos políticos envolvidos nos escândalos do mensalão e das sanguessugas.

Ele sugeriu crime de omissão por parte do presidente Lula no caso da compra de votos. “Quem não demitiu falhou… Impeachment é crime de responsabilidade. Não por acaso o presidente admitiu que demitiu, porque se não demitiu, tem que ser responsabilizado.”

Depois, a jornalistas, recuou. “Passou o momento. Agora é ganhar a eleição.”

O ex-presidente sugeriu que, para levar a sociedade a reagir sobre as denúncias de corrupção, é preciso uma reação dramática de um político, como Roberto Jefferson, que denunciou o mensalão.

“Se o Roberto Jefferson não tivesse feito o que fez, tudo estaria como dantes no quartel de abrantes. Ninguém saberia nada”, disse. “Não é só dizer, é preciso dramatizar. Está faltando neste momento dramatização.”

FHC se colocou neste papel. “Podem contar comigo para estarmos juntos numa indignação forte e quem sabe amanhã seja possível, não nós, mas outros, contaminados por este sentimento, provocarem aquele curto-circuito necessário para dizer basta, chega de tanta corrupção, chega de tanta desfaçatez, chega de tanta mentira, de tanto engodo.”

SÓ TUCANOS

O evento foi promovido pela União Paulista pela Ética e Cidadania, surgida há três meses e que, segundo sua representante, Priscila Ferraz, ainda não foi registrada. Apesar de não se dizer partidário, o grupo convidou apenas membros do PSDB para sua primeira reunião pública. Priscila disse desconhecer o custo do evento e afirmou que o salão, em um hotel de luxo da zona sul de São Paulo, foi cedido gratuitamente pelo proprietário. A assessoria de imprensa do local afirmou que houve um aluguel para entidade.

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Parmenas Alt
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