A notícia de que um grupo de 300 soldados americanos combatentes no Iraque passarão férias no Brasil vem provocando uma grande indagação: por que, depois de tanto tempo fora, não pensam em descansar junto às famílias? A resposta bate sempre numa questão: o fato de as principais cidades brasileiras estarem ligadas à rota do turismo sexual.
O próprio jornal britânico ‘The Guardian’ considerou que as férias dos soldados seria uma espécie de “turismo sexual”, já que agências “fechariam os olhos” para os excessos dos seus clientes em prostíbulos, casas de massagens e “inferninhos” da zona sul da cidade do Rio de Janeiro e adjacências.
Há muito tempo, o País se depara com a prostituição infanto-juvenil e adulta, enredando meninas e meninos, mulheres e homens associados para satisfazer impulsos sexuais, principalmente dos turistas vindos de países europeus, como Itália, Holanda, Portugal e Alemanha.
Estas atividades ilícitas são mais freqüentes nas cidades litorâneas e têm como principais rotas as capitais nordestinas, entre elas Fortaleza (CE) e Natal (RN).
Especialistas apontam algumas agências de turismo como grandes incentivadoras desta prática. Isto porque, além das praias e comidas exóticas, dão destaque em seus pacotes turísticos a propagandas de mulheres brasileiras seminuas, até mesmo em divulgação de turismo ecológico.
Mas, de acordo com o responsável por uma das agências que cuidam da entrada dos soldados americanos no País, o guia Mayko Rei, esta situação acontece porque os turistas “encontram facilidades no Brasil e acreditam que não é culpa das agências”. Em contrapartida, no site da sua empresa, turistas que já usaram o serviço relatam as vantagens. Uma delas, do americano James P., de Nova Iorque: “Mayko, nosso guia, atuou como um personal cafetão, nos apresentando a garotas e ajudando na tradução quando havia alguma barreira com a língua”.
Diante das denúncias de que uma agência de viagens americana está incentivando a prática do turismo sexual no Brasil, o Ministério de Turismo, em nota, afirmou que “assim que tomou conhecimento da matéria publicada no ‘The Guardian’, foi solicitado ao escritório da Embratur nos Estados Unidos que averiguasse as informações e que “repudia toda e qualquer promoção do nosso País com apelo sensual”.
Pesquisas recentes realizadas pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) mostram que o local brasileiro mais procurado pelo visitante estrangeiro é o Rio de Janeiro. E como prevenção ao turismo sexual na cidade, a Riotur – Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro S.A.– faz campanhas periódicas.
FU
