Verduras, legumes, frutas, peixe, frango, pão, biscoitos, doces e tudo mais que a agricultura familiar é capaz de produzir pode ser encontrado na feira “Roças e Quintais”, a 1ª Feira da Agricultura Familiar organizada por produtores do Vale do Rio Cuiabá. Na primeira edição, realizada nos dias 07 e 08 de fevereiro, 12 dos 14 municípios que compõem a região, conhecida como Baixada Cuiabana, estiveram presentes.
De acordo com Cidirlene Cunha, uma das articuladoras da Feira e integrante da Comissão de Agropecuária, Desenvolvimento Florestal e Agrário e de Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa, o objetivo dos organizadores é fazer com que a feira se torne um evento semanal. “Queremos, daqui para frente, realizá-la todo final de semana. Mas para isso é necessário que os produtores se organizem, pois muitos participam de feiras em seus respectivos municípios também”, afirmou.
Para o primeiro-secretário da Assembleia e presidente da Comissão de Agropecuária, deputado Mauro Savi, os produtores estão de parabéns pela organização da feira. “Sabemos a agricultura familiar não tem o incentivo que merece e necessita do poder público. Estamos trabalhando para que isso mude, mas não é uma tarefa fácil. Por isso essa iniciativa dos produtores é fundamental” afirmou o parlamentar ao ressaltar que está à disposição dos produtores para ajudar a fortalecer a iniciativa.
A feira foi realizada na Central de Comercialização da Agricultura Familiar (Ceasa) em Várzea Grande. Ainda conforme Cidirlene, a escolha do local levou em consideração o espaço, que estava ocioso, e aumento de fluxo de moradores nas redondezas. “O objetivo é garantir a comercialização direta ao consumidor final, o que garante a valorização dos alimentos que são produzidos pelos pequenos produtores”, explicou ao observar que essa é uma forma de evitar os chamados “atravessadores”, que por um preço irrisório acabam desvalorizando o trabalho do pequeno produtor, além de deixá-los no prejuízo, já que o custo da produção tem, hoje, um valor significativo no mercado.
Para dona Zita Mafalda da Cruz, do município de Nobres, a feira foi um sucesso. Conhecida por fazer o famoso Pacu embalado na folha de bananeira, uma especiaria que já virou notícia global, dona Zita contou que levou 20 peixes e vendeu tudo antes mesmo de acabar o primeiro dia da feira. “Eu trabalho sozinha, por enquanto alugo as cozinhas para poder trabalhar. Então essa feira é uma oportunidade para eu aumentar ainda mais a minha produção”, avaliou.
Produtores do Assentamento Agroana Girau em Poconé, organizados através da Cooperangi, também estiveram participando da feira, assim como pequenos produtores de Rosário Oeste, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Cuiabá, Barão de Melgaço, Acorizal, Campo Verde, Chapada dos Guimarães, Jangada e Santo Antônio do Leverger. Os únicos municípios que não conseguiram se organizar para essa edição foram Planalto da Serra e Nova Brasilândia.
ORGÂNICOS – Uma procura que cresce a cada dia é referente a produtos orgânicos, ou seja, livres de agrotóxicos. Nesta edição foi possível encontrar alguns produtores que trabalham nessa linha, mas a intenção dos organizadores e aumentar a oferta dessa variedade a um preço justo para o produtor e para o consumidor.
