O corte de 0,75 ponto porcentual, embora extremamente agressivo por qualquer medida histórica, pode desapontar quem esperava, em Wall Street, um corte de um ponto porcentual.
A decisão do Fed tem como objetivo impulsionar a economia dos Estados Unidos e busca interromper uma “hemorragia” nos mercados financeiros.
O comitê votou por 8 a 2 pela redução da taxa dos Fed Funds (fundos lastreados em títulos federais), pela qual os bancos emprestam uns aos outros, de 3% para 2,25% ao ano, menor taxa desde dezembro de 2004. O Fed também reduziu em 0,75 ponto a taxa de redesconto, que cobra em seus empréstimos diretos aos bancos e corretoras, para 2,5% ao ano.
Os presidentes do Fed de Filadélfia, Charles Plosser, e de Dallas, Richard Fisher, foram os votos discordantes, preferindo uma “ação menos agressiva”.
Desde setembro do ano passado, quando iniciou sua flexibilização da política monetária, por causa do aumento na inadimplência de hipotecas de alto risco, o Fed decidiu por seis reduções da taxa de juros, de 5,25% até os atuais 2,25%, nos empréstimos interbancários a curto prazo.
Outras medidas
O banco central norte-americano já tomou uma série de medidas radicais para tentar estabilizar o sistema financeiro. Desde dezembro, por meio de diversos mecanismos, o Fed injetou mais de US$ 400 bilhões no sistema financeiro.
A autoridade monetária reduziu a distância entre a taxa de redesconto, a taxa pela qual empresta diretamente aos bancos, e a taxa dos fed funds, a taxa overnight que os bancos cobram entre si em empréstimos e que é a principal ferramenta do Fed.
O banco central norte-americano também lançou mão de uma série de outros passos ortodoxos para fornecer liquidez, incluindo um financiamento de US$ 30 bilhões para o JPMorgan comprar o Bear Stearns. Além disso, o Fed montou um novo programa para fornecer dinheiro para uma ampla variedade de instituições financeiras grandes.