Em menos de uma semana, entre os dias 5 e 8 de janeiro, quatro pessoas – duas em Brasília (DF), uma em Goiânia (GO) e outra em Maringá (PR) – morreram com suspeita de febre amarela.
O Ministério da Saúde (MS) informou que, apesar de as possíveis vítimas da doença morarem em grandes cidades, a possibilidade de um surto urbano está descartada, pois todos os casos registrados atualmente são de pessoas que contraíram a doença ao entrar em matas.
A enfermidade despertou a atenção das autoridades de saúde depois da morte de macacos – que são hospedeiros do vírus da febre amarela – em Goiás e no Distrito Federal, próximo de áreas urbanas.
Atualmente, segundo o MS, o vírus circula apenas nas áreas de mata, nas Regiões Norte e Centro-Oeste, em Minas Gerais e no Maranhão. Também são consideradas áreas de transição e risco potencial as regiões Oeste do Piauí, de São Paulo, do Paraná e de Santa Catarina, além das regiões Sul da Bahia e do Espírito Santo. O Ministério informa ainda que não há registro de casos urbanos de febre amarela desde 1942.
Explicando a doença
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração (no máximo dez dias) e gravidade variável, causada por vírus e que ocorre na América do Sul e na África. Provoca febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). É transmitida pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A transmissão de pessoa para pessoa não existe.
Não há também um tratamento específico, ele é apenas sintomático e requer cuidados na assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sangüíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Se não receber assistência médica, pode morrer.
A única forma de evitar a febre amarela silvestre é a vacinação, que é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano. A vacina deve ser aplicada dez dias antes da viagem para as áreas de risco de transmissão. É contra-indicada em crianças com menos de seis meses de idade e em casos de imunodepressão transitória ou permanente, provocada por doenças (neoplasias, Aids e infecção pelo HIV com comprometimento da imunidade) ou pelo tratamento (drogas imunossupressoras acima de 2mg/kg/dia por mais de duas semanas, radioterapia etc.). Gestação, em qualquer fase, deve ser analisada, assim como reações a ovo de galinha e seus derivados.
A vacinação é indicada a todas as pessoas que vivem em áreas de risco. Em viagens internacionais para diversos destinos, é necessário o registro da vacina contra a febre amarela no Certificado Internacional de Vacinação.Número de casos diminuiu nos últimos anos
As autoridades de saúde informam que a febre amarela, no Brasil, tem sido exclusivamente silvestre. Entre 1996 e 2007, o País registrou 349 casos da doença com 161 mortes. Todos aconteceram em pessoas que entraram nas matas e não tinham sido vacinadas.
Segundo o ministro José Gomes Temporão, da Saúde, desde 2003 tem havido uma redução significativa no número de casos e mortes por causa da febre amarela. Naquele ano, 23 pessoas morreram por causa da doença. No ano passado, de acordo com Temporão, foram registradas cinco mortes.
Fonte: Ministério da Saúde.
Agência Unipress Internacional