Num panfleto distribuído pelas ruas de Gaza, as Brigadas recomendam “atacar o inimigo em toda parte”, e declaram “guerra ao povoado de Sderot e aos outros assentamentos sionistas”.
A nota foi emitida após a morte, ontem à noite, de três crianças palestinas de 5, 7 e 16 anos, num novo ataque da Força Aérea israelense a um dos líderes das Brigadas, que escapou ileso.
O alvo era Emad Hamad, um miliciano de 36 anos que, segundo Israel, planejava entrar em território israelense através da Península do Sinai (Egito) para cometer um atentado.
O ataque deixou a milícia do Fatah indignada. O grupo prometeu que “não haverá segurança para os sionistas” em terras palestinas.
Um alto dirigente da organização armada, Abu Ahmed, disse ao jornal “Yediot Aharonot” que deu ordens a seus homens para retomar a luta contra Israel. Além dos foguetes disparados da Faixa de Gaza, o grupo vai promover atentados na Cisjordânia e no território reconhecido de Israel.
“Se Deus quiser, vamos fazer os sionistas sentir o que a família Ralia e outras famílias palestinas sentiram nos últimos dias”, disse.
A morte ontem à noite dos três menores palestinos se soma à de mais de 10 civis, entre eles sete de uma mesma família numa praia de Gaza, numa série de ataques por parte de Israel contra milicianos e líderes acusados de promover os ataques com foguetes contra o sul de Israel.
Nos últimos meses, a cidade de Sderot tem sido alvo quase diariamente de uma chuva de foguetes Qassam disparados pelas milícias palestinas. Em resposta, o Exército israelense intensificou seus bombardeios em Gaza, freqüentemente com vítimas civis.
O ministro da Defesa israelense, Amir Peretz, se reuniu ontem com os altos comandantes do Exército para tentar solucionar o problema dos Qassam. Entre as alternativas em estudo, pode haver uma incursão terrestre na Faixa de Gaza, informa o “Yediot Aharonot”.
Os altos comandantes receberam sinal verde para a política de ataques aéreos em Gaza e, se necessário, elevar o nível hierárquico dos alvos. Membros do Governo palestino filiados ao movimento islâmico Hamas e chefes de todas as milícias armadas podem ser atingidos.
Israel argumenta que as vítimas civis são “efeitos colaterais” de uma guerra, e alega que os milicianos atuam e armazenam suas armas em centros urbanos.
Segundo o jornal, o Exército israelense está preparado para uma ofensiva global com a presença física de soldados e forças blindadas na Faixa de Gaza. Falta apenas o sinal verde do Governo.