A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) realizou ontem quinta-feira (16) uma reunião com presidentes, representantes de sindicatos rurais e entidades de classe, a fim de discutir um posicionamento do setor frente ao embargo à carne bovina produzida no bioma amazônico.
“Vamos ouvir os produtores para chegarmos a um consenso e nos posicionarmos diante deste cenário adverso. Não vamos medir esforços para reverter esta situação que tem prejudicado produtores, trabalhadores e a economia do Estado”, disse o diretor-tesoureiro da Famato, Eduardo Alves Ferreira Neto.
A sugestão anunciada recentemente por uma ONG ambientalista e acatada por algumas empresas supermercadistas e frigoríficas, de não comprar boi produzido dentro do bioma amazônico, tem influenciado negativamente a pecuária mato-grossense.
“Não há como aceitar uma situação desta em que uma ONG planta uma ideia equivocada à população, atingindo em cheio uma atividade que tem participação significativa no PIB e nas exportações do País”, ressaltou Alves.
Ele explica que em Mato Grosso quase 70% do gado está na região do bioma e que os produtores estão se adequando à rígida legislação que regulamenta a produção na Amazônia Legal. “Nós, produtores rurais, também nos preocupamos com a preservação ambiental e buscamos a produção sustentável, no entanto, não podemos admitir que uma ONG estrangeira dite normas para o setor. Vamos buscar o diálogo junto às partes, mas se for preciso a Famato entrará com ações para responsabilizar os autores deste boicote, pelos danos causados”, sintetizou.
Cleber Gellio | Elisete Mengatti