As exportações de carnes bovinas do Brasil alcançaram novo recorde histórico de faturamento no mês de agosto, somando US$ 403 milhões, conforme balanço divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). “É um novo recorde e está bem acima do melhor mês do setor que foi em julho de 2006, quando a receita foi de US$ 355 milhões”, destaca a associação.
De acordo com a Abiec, de janeiro a agosto deste ano, as exportações de carnes bovinas somaram US$ 2,4 bilhões, um aumento de 15,93% em relação a igual período do ano passado, quando o volume foi de US$ 2,1 bilhões. O total exportado cresceu apenas 3% e passou de 1,49 milhão de toneladas para 1,54 milhão de toneladas. “O crescimento do preço no mercado internacional se mantém como principal fator de aumento da receita cambial”, diz a entidade.
O faturamento de agosto representou crescimento de 18% sobre o mesmo mês do ano passado, 15% sobre o recorde de julho deste ano e o crescimento no acumulado dos oito primeiros meses já é 15,93% sobre o resultado do mesmo período acumulado em 2005.
A Abiec ressalva que “os números do mês de agosto mostram ainda os reflexos dos embargos de alguns países à carne brasileira, em decorrência do surgimento do foco de febre aftosa em outubro de 2005 em Mato Grosso do Sul”, mas mantém a previsão de faturamento para este ano de US$ 3,9 bilhões “na expectativa de que os embargos sejam eliminados nos próximos meses”.
Apesar dos embargos que declarou, a Federação Russa ainda manteve o posto de maior comprador isolado da carne bovina in natura do Brasil, com US$ 319 milhões e 209 mil toneladas adquiridas este ano. Os Estados Unidos mantiveram-se como os maiores compradores da carne industrializada, com US$ 186 milhões e 109 mil toneladas.
A ofensiva de mercado brasileira no exterior, realizada pela associação dos fabricantes em parceria com a Agência de Promoção de Exportações (Apex), revela-se no crescimento percentual de vendas em dólares para alguns países nestes oito meses. Nas vendas em carnes industrializadas, Iraque (5.477%), Cuba (1.320%), Países Baixos (131%) e Suécia (106%). Nas carnes in natura, Líbia (1.717%), Filipinas (1.510%), Irã (174%) e Israel (106%). Na terceira e última faixa de produtos, a de miúdos comestíveis, destacam-se Paraguai (709%), Países Baixos (142%) e Ucrânia (114%).
Os Estados Unidos, maior mercado mundial isolado e grande produtor de carne bovina, destacam-se também com um aumento de importações, por valor, de 82% em carne industrializada e de 106% em miúdos comestíveis.
A Abiec informa que a ofensiva exportadora da entidade continuará no segundo semestre, com participações confirmadas nas feiras World Food Moscow, em Moscou, no final deste mês, e na Sial Paris, em outubro.