A exportação de carne cresceu 16,24% no primeiro trimestre do ano, apesar do embargo total ou parcial anunciado por 56 países à carne brasileira, entre eles 25 da União Européia, segundo dados divulgados ontem pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).
O setor exportou US$ 1,5 bilhão em carnes nos primeiros seis meses do ano, sendo quase US$ 1,2 bilhão de carne bovina “in natura”. Em quantidade, no entanto, as vendas externas ficaram estáveis. O crescimento no primeiro semestre foi de 0,54%, totalizando 1,1 bilhão de toneladas.
Segundo o presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, o crescimento é motivado pelo aumento do preço da carne no mercado internacional e a vendas para países emergentes. O Brasil exporta 25% de sua produção.
Em junho, o crescimento em valores foi de 14,99% e chegou a US$ 305 milhões. Em quantidade houve recuo de 2,80% e as vendas somaram 228 mil toneladas.
No primeiro semestre, a Rússia liderou a lista de compradores de carne bovina “in natura”. Foram 148,8 mil toneladas a US$ 212 milhões. No mesmo período do ano passado, foram 163,7 mil toneladas a US$ 199,8 milhões. Uma alta de 6,4% nos valores e queda de 9,10% na quantidade.
O Egito aumentou em 46% os valores de carnes importadas do Brasil e atingiu o segundo lugar dos compradores com US$ 175 milhões. No ano passado foram US$ 119,9 milhões nos primeiros seis meses. Em quantidade, o Egito importou 141 mil toneladas neste primeiro semestre contra 110,5 mil toneladas no mesmo período de 2005.
Os primeiros focos de febre aftosa foram encontrados nos Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná há nove meses. Para a Abiec, os embargos à carne brasileira provocaram um prejuízo de US$ 150 milhões no ano passado.
Pratini de Moraes espera a queda parcial do embargo anunciado pelo Chile, Rússia e Ucrânia até o final do ano, o que pode aumentar entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões as exportações por mês.