Um ataque suicida com carro-bomba matou nove soldados norte-americanos e deixou outros 20 feridos num posto militar ao norte de Bagdá na segunda-feira, em uma das piores ofensivas contra forças americanas em terra desde a invasão do Iraque, em 2003.
Ataques insurgentes contra bases dos EUA no Iraque, bastante fortificadas, são raros, mas a operação de segurança em Bagdá alocou soldados em guarnições menos seguras na região da capital, expondo-os a um risco maior.
A explosão deve aumentar a pressão sobre o presidente George W. Bush para que ele defina um cronograma para a retirada dos quase 150 mil soldados. O Congresso vai votar esta semana uma medida de financiamento da guerra que estabelece o dia 31 de março de 2008 como meta ideal para a retirada da maioria das tropas do Iraque.
Uma nota divulgada pelas Forças Armadas dos EUA disse que o ataque aconteceu perto de Baquba, capital da província de Diyala, uma região religiosamente mista para onde os comandantes norte-americanos enviaram mil soldados extras no mês passado para combater insurgentes árabes sunitas e militantes da Al Qaeda.
Foi o segundo ataque aberto em dois meses a esse tipo de posto avançado nos arredores de Bagdá. Em fevereiro, um caminhão-bomba matou dois soldados e feriu 17.
Pelo menos 86 soldados norte-americanos morreram no Iraque este mês, tornando abril o mês com mais baixas desde dezembro, quando 112 morreram. O número total de soldados americanos mortos no Iraque desde 2003 já chega a 3.333.
A operação em Bagdá fez com que a insurgência realizasse ataques em outras províncias. Na terça-feira, atiradores com uniformes do Exército iraquiano atacaram um bairro de Baquba, matando seis pessoas e incendiando várias casas, segundo a polícia. Na segunda-feira, um carro-bomba havia matado dez policiais iraquianos em Baquba, incluindo o chefe de polícia da cidade.
Também na terça-feira, dois carros-bomba explodiram em um estacionamento diante da embaixada do Irã em Bagdá, ferindo quatro pessoas, um dia depois da explosão de duas bombas na mesma área.
Na segunda, carros-bomba em todo o Iraque mataram pelo menos 40 pessoas.
(Reportagem adicional de Ross Colvin em Bagdá e Richard Cowan em Washington)