domingo, 22/12/2024
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Explosão mata 34 em Bagdá após execução de Saddam

No que parece ser uma rápida resposta à execução de Saddam Hussein por parte de insurgentes sunitas leais ao ex-ditador iraquiano, um carro-bomba explodiu em uma cidade xiita matando 34 pessoas neste sábado.

De acordo com a polícia de Kufa, local próximo à cidade sagrada de Najaf, 34 pessoas morreram e 58 ficaram feridas após a explosão, que ocorreu em uma área comercial repleta de pessoas antes do período festivo do Eid al-Adha. Segundo os policiais, a multidão matou um homem acusado de participação no atentado.

Neste sábado, a televisão estatal iraquiana levou ao ar imagens de Saddam momentos antes da execução. Nelas, o ex-ditador parecia estar calmo e conversava com o homem mascarado que ajeitava a corda em volta de seu pescoço.

“Foi muito rápido”, disse uma das testemunhas oficiais da execução levadas pelo Estado ao local do enforcamento. “Ele morreu imediatamente”. Segundo a fonte, o ex-presidente iraquiano, que estava constrangido, mas não usou o capuz, fez uma breve oração antes de morrer.

“Nós ouvimos seu pescoço quebrar”, disse Sami al-Askari, um aliado do primeiro ministro Nouri al-Maliki, depois do enforcamento, que ocorreu em um edifício do Ministério da Justiça, na parte norte de Bagdá.

Enquanto os companheiros xiitas de Maliki, oprimidos durante a ditadura de Saddam, que era sunita, celebravam nas ruas, o primeiro-ministro pediu aos seguidores sunitas do ex-presidente para encerrarem a insurgência.

“A execução de Saddam coloca um fim a todas as apostas patéticas no retorno da ditadura”, disse Maliki, que, segundo funcionários do governo, não compareceu ao enforcamento. A televisão estatal mostrou o primeiro-ministro assinando a ordem de execução.

“Eu insto aos seguidores do regime deposto para reconsiderar suas posturas, já que a porta ainda está aberta para qualquer um que não tenha sangue inocente nas mãos”, disse Maliki.

Reações populares
As reações populares ao enforcamento de Saddam foram silenciosas, com o país entrando no dia mais sagrado do calendário muçulmano para iniciar uma semana de celebrações no Eid al-Adha. Ao contrário de outros dias de tensão, não foi instaurado toque de recolher em Bagdá após a execução.

Momentos depois do anúncio da execução, xiitas dançaram nas ruas de Najaf e motoristas acionaram as buzinas dos carros em desfiles pelo bairro de Sadr City, um reduto xiita de Bagdá.

O principal canal de televisão sunita fez uma cobertura limitada da execução, mas mostrou imagens antigas de Saddam ao lado do ex-secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, de um período quando os norte-americanos ajudaram o Iraque na luta contra o Irã.

A televisão estatal Iraqiya, por sua vez, mostrou imagens de arquivo de agentes de Saddam degolando e torturando vítimas do regime.

Um homem da cidade de Dujail, que testemunhou contra Saddam no julgamento pela morte de 148 xiitas no local, disse que lhe foi possível se aproximar do corpo de Saddam. “Quando eu vi o corpo no caixão, eu chorei. Eu me lembrei dos meus três irmãos e do meu pai que foram mortos por ele”, afirmou Jawad al-Zubaidi. “Eu me aproximei do corpo e disse pra ele: essa é uma punição merecida para qualquer tirano. Agora, pela primeira vez, meus três irmãos e meu pai estão contentes”.

A rápida execução foi um triunfo para Maliki, cujo comando do frágil governo de coalizão tem sido questionado. Porém, a velocidade do processo pode render críticas. Muitos curdos, por exemplo, ficaram desapontados por Saddam não ter enfrentado um outro julgamento por crimes praticados contra eles.

Novas execuções devem ocorrer em uma semana. O meio-irmão de Saddam, Barzan al-Tikriti, e um ex-juiz, Awad al-Bander, deverão ser enforcados após o período do Eid. A filha de Saddam, Raghd, exilada na Jordânia, quer que o pai seja enterrado no Iêmen, disse uma fonte próxima da família.

O governante da cidade natal de Saddam, Tikrit, disse que o povoado local estava negociando com o governo para ter o corpo do ex-ditador, que seria sepultado em Awja, onde os filhos de Saddam foram enterrados em 2003. Porém, o governo pretende enterrar o ex-presidente em Badgá.

OE

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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