domingo, 22/12/2024
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Exploração continua no norte de MT

Dois anos após a operação Curupira, que desmontou a maior rede de corrupção ambiental na Amazônia quanto a desmatamento, extração e transporte ilegal de madeira, ainda é grande o número de apreensões do produto ilegalmente extraído em Mato Grosso.

Só a Polícia Rodoviária Federal já reteve 10 mil metros cúbicos de madeira ilegal nas estradas do Estado até agora, número quase que 150% superior ao apreendido pelo órgão durante o ano passado inteiro, quando 3,9 mil metros cúbicos foram apreendidos.

Conforme a PRF, cada carreta transporta em média 30 metros cúbicos de madeira. Portanto, as apreensões da PRF equivalem a cerca de 350 caminhões carregados do produto.

O resultado de 2007 refere-se a fiscalizações rotineiras nas rodovias e o extrato da operação “Mamangava”, desencadeada pelo órgão em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e o Exército. Neste montante não estão inseridos dados contabilizados pelo Ibama.

Realizada em setembro deste ano, só a “Mamangava”, que fez parte do Plano Nacional de Combate ao Desmatamento na Amazônia Legal, resultou na apreensão de 8 mil metros cúbicos de madeira, em 70 autuações por crimes ambientais e mais de R$ 12 milhões em multas.

Além disso, foram embargados aproximadamente 6 mil hectares desmatados ilegalmente, interditadas serrarias em Apiacás, Nova Bandeirantes e Nova Monte Verde e presas oito pessoas acusadas de extração e transporte ilegal de madeira, caça e porte ilegal de armas.

“As pequenas apreensões que fizemos no norte do Estado gerou esta grande operação Mamangava”, comenta o policial rodoviário federal, Flávio Vasconcelos, do Núcleo de Comunicação da PRF.

Já a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) apreendeu 33.863 metros cúbicos de madeira ilegal, resultando na emissão de 1.508 autos de infração, além da aplicação de R$ 145 milhões em multas. Os números são contabilizados até setembro.

Conforme o superintendente de Ações Descentralizadas da Sema, major PM Jonas Duarte de Araújo, a maioria das apreensões feitas pelo órgão ambiental aconteceu devido a crédito de manejo fraudado. Motivos como estes levaram ao desencadeamento da operação Guilhotina, em julho deste ano, em 23 municípios da região norte.

Das 95 madeireiras fiscalizadas, em somente três não foi detectado problema. “Os levantamentos nos pátios revelaram que a quantidade de madeira não batia com os créditos inseridos no CC-Sema (Cadastro de Consumidores de Produtos Florestais)”, informa.

Dos mais de 33 mil metros cúbicos apreendidos este ano pelo órgão ambiental, 12.263.328 metros cúbicos foram durante a operação Guilhotina. Detectada a irregularidade, a empresa é multada e, além do processo administrativo, responde por crime ambiental.

Jonas Duarte lembra ainda que a irregularidade começa já desde a retirada da madeira. “A ilegalidade começa na área. Se o proprietário tem autorização (Licença Ambiental Única), tem cobertura para transportar e comercializar. O desmatamento ilegal é uma infração que resulta no transporte e venda ilegal da madeira”, diz.

O chefe de fiscalização do Ibama em Mato Grosso, Rodrigo Dutra da Silva, diz que apesar de todos os esforços dos órgãos ambientais ainda há fraudes. Para ele, um dos motivos é o lucro fácil. “O mercado madeireiro gira bastante dinheiro”, diz. “A madeira é um produto bastante valorizado e, mesmo algumas situações sendo ilegais, ainda há quem arrisca em cometê-las”, acrescenta.

DC

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Parmenas Alt
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