O percentual de 315% confere a Mato Grosso a liderança nacional no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado dos últimos 18 anos, 1985 a 2004, a economia estadual quadruplicou segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O resultado do Mato Grosso reflete a expansão da fronteira agrícola e a indústria ligada a esta atividade”, diz trecho do estudo apresentado ontem.
Para se entender o tamanho do desempenho estadual no ranking nacional, vale destacar que somente de 2003 para 2004 o PIB passou de R$ 22,61 bilhões para R$ 27,93 bilhões, um incremento anual de 10,2%. Esta mesma comparação revela que o Brasil contabilizou alta de 4,9%, alcançando R$ 1,76 trilhão.
Em 2003, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), o PIB mato-grossense aumentou em 5%, em relação ao ano anterior, enquanto a média nacional foi de 0,54%.
Outro ponto de destaque dentro dos dados apresentados pelo Instituto, por meio da publicação das Contas Regionais 2004, é a evolução da renda per capta estadual que dobrou em quatro anos. Saiu de R$ 5,58 mil em 2001 para R$ 10,16 mil em 2004.
Como observa o assessor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo, o realizado pelo Estado em 2004 superou as projeções. “Confesso que fomos mais pessimistas. Projetávamos algo em torno de R$ 26 bilhões”, lembra.
O economista faz questão de ressaltar que as cifras do PIB estadual em 2004 mostram a pujança econômica daquele momento. Somente naquele ano, o peso da agropecuária registrou participação de 40,8% sobre o PIB do Estado, quase cinco pontos percentuais acima do realizado no ano anterior. “Até aqui {2004} registramos números bem acima da média nacional”. Porém, 2004 deverá ser um marco às contas mato-grossenses, pois foi a partir da safra 04/05 que a economia passou a sentir os efeitos da perda de renda no campo e que em pouco tempo se alastraram, atingindo os cofres municipais e o Estado.
Em função do impacto da crise no campo, que em Mato Grosso se arrasta pela terceira safra seguida (04/05,05/06 e 06/07), Timo conta que no PIB de 2005 estão projetados R$ 30,80 bilhões e para 2006 R$ 36,37 bilhões. Se as cifras previstas se confirmarem na análise sobre as Conta Regionais de 2005, Mato Grosso terá mantido crescimento médio de cerca de 10%, pelo segundo ano consecutivo.
AMEAÇA — A liderança estadual está sendo acompanhada de perto pela economia gerada no estado do Amazonas, que no mesmo período de 18 anos acumula crescimento de 314%. O potencial industrial do estado amazônico coloca em cheque a supremacia agropecuária mato-grossense. Em 2004 o Amazonas liderou o ranking de desempenho do PIB no Brasil. Somente neste ano o crescimento foi de 11,5%, o que representou R$ 35,88 bilhões. Neste mesmo ano Mato Grosso conquistou o segundo lugar em desempenho econômico com alta de 10,2%, seguido da Bahia e Pará. Com relação à distribuição da riqueza, a renda per capta revela que o Amazonas novamente tem destaque no ranking. Entre os 27 estados mais o Distrito Federal que compõem a análise do IBGE, ele é sexto e só perde para os grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O ranking de per capta é liderado novamente pelo Distrito Federal, onde a renda obtém média de R$ 19,07 mil. Mato Grosso, mesmo dobrando a renda per capta nos últimos quatro anos, deixou a 12ª posição do ranking de 2003, com uma média de R$ 8,39 mil, para ocupar a 9ª colocação com renda média de R$ 10,16 mil.
DC