Essa técnica poderia regenerar quase 60% do terreno degradado no Brasil e 70% das pastagens no mundo.
Pecuária regenerativa pode regenerar maioria dos solos degradados globalmente
De acordo com a pesquisadora Alessandra Matte, que investigou os impactos dos diferentes tipos de pecuária, a pecuária regenerativa pode promover a “recuperação de solos, armazenamento de água e conservação da sociobiodiversidade”.
Ao Jornal da USP, ela explicou que a adoção desses processos pode restaurar 70% das pastagens degradadas do mundo. Só no Brasil, a técnica pode recuperar 59,6% do solo e regenerar cinco dos seis biomas presentes no País.
As vantagens da pecuária regenerativa vão além da regeneração, incluindo também o papel social da pecuária e aumento na produtividade. Isso porque, com resultados zootécnicos mais eficientes, há aumento da produtividade e oportunidade de melhores rendimentos para as famílias produtoras.
Alessandra Matte, pesquisadora, em entrevista ao Jornal da USP
Pecuária regenerativa tem custo baixo, mas precisa de capacitação
- Matte explica que a pecuária regenerativa tem custo relativamente baixo, mas requer equipes capacitadas para trabalhar em conjunto com outros profissionais, como produtores de gado;
- Juntos, eles podem identificar plantas com bom valor nutricional para o solo, ou, até, animais mais adaptados a cada bioma;
- Ainda, eles promovem ajustes no fornecimento de água, adubação das pastagens, seleção genética dos animais e mais fatores que ajudam a melhorar o solo;
- Ela destaca um potencial da técnica não apenas por aqui, mas também no restante da América Latina e no Caribe.
ONU alertou para desertificação de pastagens
Em maio, um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) já havia chamado atenção para um fenômeno preocupante: metade das pastagens naturais do mundo já foram degradas e muitas sofrem agora com algum tipo de desertificação. Os principais fatores para isso são as mudanças climáticas e a ação humana no solo. O Olhar Digital deu detalhes do relatório aqui.