Desde a divulgação dos detalhes da delação premiada dos donos da empresa JBS, que envolveu o nome do presidente Michel Temer (PMDB), os ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Sarney (PMDB) têm liderado uma série de conversas suprapartidárias em busca de um consenso para a formação de um novo governo, caso o peemedebista tenha o mandado cassado
Os três ex-presidentes, pontos de contato nos diálogos que acontecem reservadamente em Brasília e em São Paulo, cuidam para que tais debates não ganhem caráter partidário. As informações foram publicada na edição desta quinta-feira (25) do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a publicação, as conversas seguem pulverizadas, pois cada sigla traça caminhos diferentes caso Michel Temer seja deposto do cargo.
Do lado do PSDB, fiel da balança do governo, FHC se tornou referência e, segundo relatos de tucanos, já abriu contato com parlamentares do PT.
Além disso, o tucano é o mais importante interlocutor do presidente do TSE, Gilmar Mendes, considerado peça-chave para viabilizar a saída institucional de Temer.
“O Brasil exige o que temos de melhor e não o que temos de pior”, disse o senador Jorge Viana (PT-AC), um dos emissários petistas nas conversas com integrantes do PSDB e do PMDB.
Na última terça, o senador petista se encontrou com Lula, que afirmou que o partido deve insistir na defesa das eleições diretas.
Ainda de acordo com o jornal, o ex-mandatário petista deve se encontrar com FHC para buscar um entendimento a respeito da questão.
O encontro e a articulação envolvendo o trio são vistos, pelos aliados de Temer, como o caminho adequado para aliviar a tensão política que foi literalmente esquentada com os protestos desta quarta-feira (24).
Por sua vez, o peemedebista José Sarney, terceiro dos três ex-presidentes, esteve com Temer na última segunda-feira (22) e, na terça, recebeu parlamentares do partido, além de dirigentes tucanos.