quinta-feira, 04/07/2024
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Ex-mulher de delator afirma que esquema continua operando em Mato Grosso

A ex-mulher do empresário do ramo de combustível, Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, Kharina Nogueira, disse à imprensa, no início da tarde desta sexta-feira (06), ao chegar à Justiça Federal para prestar depoimento, que o esquema das factorings, investigado pela Operação Ararath, continua operando e sendo acessado por políticos e empresários, entre eles o atual presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), Guilherme Maluf (PSDB). Em nota abaixo, o Tucano nega as acusações feitas pela socialite.

“As factorings continuam operando e eu acho incrível, com Guilherme Maluf e companhia limitada”, afirmou Kharina. A socialiete diz ter informantes desde o tempo que se separou de Júnior Mendonça.

O ex-presidente da AL-MT, ex-deputado estadual José Riva (PSD), também reponde judicialmente por ser acusado de se beneficiar do esquema, que o levou para a prisão, dia 21 de maio de 2014, na quinta etapa da Ararath, desencadeada pela Polícia Federal. Na ocasião, Riva ficou três dias preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Sobre Riva, Kharina reforça que “ele mandava deputados irem atrás do Júnior para financiar dinheiro”.

O ex-marido de Kharina, Júnior Mendonça, é delator do esquema Ararath.

Porém, as declarações atuais dela podem colocar em risco a delação. “Ele falou o que quis e o Ministério Público acatou”, disse ela, afirmando que há mais revelações a fazer, porque Mendonça não teria dito tudo. “Não digo que ele está mentindo, ele está omitindo”. Ainda de acordo com ela, “o delator está saindo como mocinho da história e tem detalhes que não foram ditos nem para a Justiça e nem para a imprensa”.

VIDA MANSA

Segundo ela, “uma pessoa que tem delação premiada, como Júnior Mendonça, não fica solto como ele está. Não tiraram o passaporte dele. No final do ano ele foi para Aruba (praia no Caribe). Está uma coisa muito tendenciosa”, reclama.

Segundo ela, Júnior Mendonça não teria como manter as empresas sem o esquema. “Tanto que o álcool dele é bem mais barato, o combustível no caso”, observa, se referindo ao fato dele ter condições de fazer isso, porque movimentaria milhões. 

PROCESSO DAS CARTAS PRECATÓRIAS
 

Kharina presta depoimento nesta sexta porque é arrolada como testemunha de defesa do ex-secretário de Estado de Fazenda, Éder Moraes, apontado como pivô da Ararath, ou seja, aquele que faria a ponte entre os políticos mato-grossenses, as factorings e o Bic Banco, que, conforme investigações da Polícia Federal liberava altos valores, sem o aval do Banco Central, o que seria crime financeiro.

Esses valores seriam para resolver necessidades do “sistema”, ou seja, de deputados de Mato Grosso, entre elas realização de campanhas.

A Ararath rendeu vários processos. Neste, Moraes responde por movimentação ilegal de cartas de crédito no valor de R$ 20 milhões. “Sobre isso, não tenho nada a declarar e nem conheço Éder Moraes. Acho que é por isso que ele me arrolou”, comentou Kharina. “Durante o tempo que nós ficamos juntos, o Éder não apareceu em nada. Não o conheço. Conheci só como colunista social e une passante”.

PROBLEMAS CONJUGAIS
 

A ex-mulher denunciou Júnior Mendonça porque ficou magoada com problemas familiares. “No dia 31 de março de 2013, descobri que ele era vasectomizado. Sendo que tinha dois anos que eu tentava engravidar. Tive ajuda de delegadas que me apoiaram por fora. Porque decidi investigar. Se ele escondeu uma vasectomia de uma pessoa que estava tentando engravidar, verbalmente, publicamente, daí eu fui lá atrás da na vida dele”.

Ela admite que teve com Júnior Mendonça um casamento conturbado e que, no auge das brigas, quando ele descobriu que ela o estava investigando, ele tentou matá-la, jogando-a da cobertura do apartamento.

Perguntada se recebe alguma ameaça de morte, ela disse: “Cachorro que vai morder não late. Mas a gente está lidando com bandidos, não podemos desvalorizar a classe porque são matadores ou têm crimes nas costas, respondem a crimes de matar, claro que isso conta. Mas acredito que ninguém vai ser tão burro, desculpe falar assim, de fazer alguma coisa para pegar sei lá quantos anos de cadeia. Acho que vão preferir responder porque a nossa justiça é injusta”.

Kharina lembra que, quando ia à empresa Amazônia Petróleo, do ex-marido, por diversas vezes viu políticos e empresários. “Eu estava lá, passando por lá, e chegavam alguns deles, aí ele me pedia. – Nogueira – ele me chamava de Nogueira – a gente se encontra mais tarde. E era muito telefone. Fui cruzando os dados”, conta.

Kharina Nogueira está entre os 10 intimados pela Justiça Federal a depor nesta sexta-feira e ela será a última a ser ouvida. O ex-marido dela, Júnior Mendonça, teria saído do depoimento pela porta dos fundos da Justiça Federal. O advogado dele, Huendel Rolim, falou com a imprensa em tom de indignação.

“O Júnior como sempre ratificou todos os depoimentos prestados até então no Ministério Público Federal e já foi dispensado”, resumiu o advogado.

“Ele não tem nenhuma correlação com precatório. A única questão que foi debatida aqui é que o senhor Éder Moraes mandou depositar R$ 2 milhões na conta de Júnior Mendonça a mando de alguém do sistema político”. 

Rolim afirmou que a Kharina está sendo processada por Éder Moraes e, mediante o que ela disser hoje, afirmou também que irá processá-la novamente por injúria, calúnia e difamação. 

OUTRO LADO

Em nota encaminhada à redação do RepórterMT, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Guilherme Maluf, negou as acusações feitas pela socialite Kharina Nogueira. Ele rechaçou qualquer tipo de envolvimento dele com o delator da Ararath, o empresário Júnior Mendonça.

 

Em relação às declarações da colunista social Kharina Nogueira, durante depoimento na Justiça Federal, nesta sexta-feira (6), o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf, tem a informar que: 

1 – Lamento as declarações da colunista social, uma vez que denúncias foram feitas sem a apresentação de nenhuma prova. 

2 – Rechaço qualquer tipo de prática ilegal envolvendo meu nome com o empresário Júnior Mendonça ou em qualquer ato ilícito. 

3 – A Assembleia Legislativa não possui em vigência, nenhum procedimento de contrato com as empresas de Júnior Mendonça. 

4 – Os gastos com combustíveis da Assembleia Legislativa dos últimos anos estão sendo alvo de auditoria interna da Casa de Leis, desde o início da gestão da nova Mesa Diretora. 

5 – A Assessoria Jurídica vai estudar se será tomada alguma medida com relação às declarações infundadas da colunista social. 

6 – Me coloco a disposição da justiça e da sociedade mato-grossense para qualquer tipo de esclarecimento. 

Deputado Guilherme Maluf.

 

 

 

 

 

ReporterMT



KEKA WERNECK 

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Parmenas Alt
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