quinta-feira, 21/11/2024
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Ex-chefe da Casa Civil de Sérgio Cabral é preso em nova operação da PF no Rio

A Polícia Federal deflagrou uma nova operação , em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal, em que prendeu o ex-chefe da Casa Civil do Rio de Janeiro Régis Fichtner (governo de Sérgio Cabral) e o empresário Georges Sadala.

A operação é uma nova fase da Lava Jato no Rio de Janeiro e foi batizada como “C’est fini”, que significa “É o fim” em francês. Ela é um desdobramento das investigações da Operação Calicute, na qual é investigado o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral , e que foi deflagrada em novembro do ano passado. A nova fase tem como objetivo esclarecer a existência do pagamento de propina por parte de diversos investigados relacionados ao grupo.   

O nome "C'est fini" é uma referência ao fim do jantar em Paris que ficou conhecido como "Farra dos Guardanapos", no qual participaram o ex-governador, ex-secretários do Rio e empresários. 

Além de Régis Fichtner, outras quatro pessoas também foram presas preventivamentes a pedido do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. Entre os presos estão  o empresário Georges Sadala – suspeito de ser o operador financeiro do esquema montado pelo ex-governador – e os engenheiros Maciste Granha de Mello Filho e Henrique Alberto Santos Ribeiro, acusados de favorecimento no esquema de propina, que chegou a desviar R$ 21 milhões.

Participam da operação 14 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal, que cumprem mandados de busca e apreensão, entre outros mandados  judiciais expedidos  pela  7ª  Vara  Federal  Criminal do Rio de Janeiro . Segundo a Receita, foram realizadas análises fiscais em que foram identificados indícios da possível distribuição fictícia de lucros e dividendos por, pelo menos, uma empresa ligada a um dos investigados, com intuito do aumento patrimonial.

Também foi observado o expressivo aumento patrimonial dos investigados.  O  patrimônio  líquido  de um deles, por exemplo, vai de pouco menos de R$ 1 milhão, em 2006, para mais de R$ 28 milhões em 2016, o que representa um aumento de mais de 2.800% em dez anos.

“Suspeita-se que empresários costumavam procurar um ex-secretário de Estado [no caso o ex-chefe da Casa Civil Régis Fichtner], tido como muito influente, para obter facilidades no governo estadual. O serviço chamado “Poupa Tempo” também é investigado na operação.

Esquema de Cabral

Segundo o MPF, a movimentação aponta para lavagem de dinheiro pago como propina à organização criminosa em contratos que o Governo do Estado do Rio de Janeiro firmou com a FW Engenharia.

Em diligências de busca e apreensão autorizadas durante a Operação Calicute , foram apreendidas diversas anotações que indicam o pagamento de propina pela empreiteira FW Engenharia em benefício da organização criminosa chefiada pelo ex-governador. 

Um dos contratos firmados com a empresa, no valor de R$ 35 milhões, teve por objeto a elaboração de projeto executivo e a execução de obras complementares de urbanização no Complexo de Manguinhos, comunidade beneficiada pelo PAC Favelas. A contratação foi financiada com recursos da União provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento.

As denúncias já apresentadas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro revelam como o ex-governador instituiu, ao assumir o governo do Rio, em 2007, um esquema de cartelização de empresas e favorecimento em licitações, mediante pagamento de propina de cerca de 5% em todas as grandes obras públicas de construção civil contratadas junto ao ente público, quase sempre custeadas ou financiadas com recursos federais. 

As investigações da Operação Lava Jato demonstram que a organização liderada por Sérgio Cabral desviou mais de US$ 100 milhões dos cofres públicos mediante engenhoso processo de envio de recursos oriundos de propina para o exterior. 

*Com informações da Receita Federal e da Agência Brasil

Link deste artigo: http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-

 

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