Morales está no Palácio de Governo, em La Paz, e pediu aos parlamentares que “cumpram a vontade” do povo boliviano. Em janeiro, a população aprovou uma Constituição que prevê a aprovação de uma nova legislação eleitoral pelo Congresso boliviano. A mudança é necessária para a realização das eleições gerais em 6 de dezembro.
O Congresso celebra desde a tarde da quarta-feira uma sessão – que já dura mais de 30 horas – para tentar obter um consenso entre governistas e opositores. Apesar de alguns avanços e de uma primeira aprovação da nova lei eleitoral, a situação continua complicada porque boa parte dos parlamentares opositores abandonou a sessão.
Segundo Morales, estes congressistas se sentiram “antecipadamente derrotados”. O presidente boliviano se mostrou disposto a seguir com sua greve de fome até que o Congresso “cumpra suas funções”.
“Não vou suspender a greve de fome até que se complete o poder” do povo, insistiu o presidente, aproveitando para pedir aos quase mil apoiadores que estão seguindo o jejum por toda a Bolívia para que o abandonem após a Semana Santa.
Enquanto o presidente boliviano mantém esta medida de pressão no Palácio de Governo, a sessão parlamentar para a aprovação definitiva da lei eleitoral permanece suspensa, apesar da convocação do presidente do Congresso para que os senadores opositores voltem ao debate.
A oposição rejeita o projeto de lei apresentado pelo governo boliviano porque considera que favorece uma eventual reeleição de Morales em dezembro.
Os principais pontos de divergência são a reserva de uma cota de cadeiras no Congresso para setores indígenas e o voto dos bolivianos no exterior.