quinta-feira, 21/11/2024
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Europa enfrenta a mais grave crise imigratória desde 1945

A chegada de milhares de refugiados à Áustria e à Alemanha e o anúncio de que a França está disposta a acolher 24.000 constituem os últimos desenvolvimentos da mais grave crise migratória na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

 

Desde o início deste ano, 366.402 pessoas entraram no continente europeu via mar Mediterrâneo, segundo um importante representante da ONU para os Refugiados (ACNUR), e 2.800 pessoas morreram ou estão desaparecidas.

– 23 abr: Após a morte em uma semana de 1.200 imigrantes ao largo da Líbia, os países europeus escolhem, numa decisão extraordinária, triplicar o orçamento das operações de salvamento no Mediterrâneo, para nove milhões de euros (38 milhões de reais) por mês.

É referida a hipótese de uma ação militar contra os traficantes de pessoas na Líbia, mas a força naval criada em 22 de junho limita-se a aumentar a vigilância, à falta de aval da ONU.

– 13 mai: A Comissão Europeia propõe a fixação de cotas para dividir entre os países europeus os refugiados ao relançar a imigração legal, o que suscita a hostilidade da maioria dos Estados membros da UE.

– 03 jun: O número de passageiros da "rota do Mediterrâneo oriental" (via Turquia e Grécia) aumentou mais de 500% no início do ano, sendo metade deles sírios, segundo números da agência europeia de controle de fronteiras (Frontex).

– 26 jun: A UE endurece as condições de acolhimento dos imigrantes (criação de centros de triagem para refugiados e aceleração das deportações daqueles que não tiverem obtido asilo), embora acordando fazer um esforço para libertar a Itália e a Grécia de 40.000 requerentes de asilo.

Mas, no acordo concluído em 20 de julho, só serão oferecidos 32.256 lugares, com base no voluntariado.

– 30 jul: Em Calais, norte de França, onde se amontoam cerca de 3.000 migrantes, morre um clandestino, o décimo em menos de dois meses, depois de ter tentado alcançar a Grã-Bretanha.

Paris e Londres anunciam acordo para aumentar a segurança no túnel sob o Canal da Mancha e combater os traficantes de pessoas.

– 19 ago: A Alemanha, principal destino dos requerentes de asilo na UE, anuncia esperar este ano "até 800.000 requerentes de asilo".

– 27 ago: Os cadáveres de 71 migrantes, provavelmente sírios, são descobertos num caminhão abandonado numa rodovia da Áustria. Na véspera, os cadáveres de 52 migrantes foram encontrados no porão de um barco no largo da Líbia.

– 02 set: A fotografia do cadáver de Aylan, um menino sírio de três anos jazendo à beira-mar, numa praia da Turquia, provoca reações emocionadas de indignação e revolta.

– 03 set: Mais cerca de 3.300 migrantes chegam à Hungria, um dos principais países de trânsito onde foi construído um controverso muro ao longo da fronteira. Centenas de imigrantes tomam de assalto a principal estação ferroviária de Budapeste.

Berlim e Paris estão de acordo sobre a ideia de "cotas vinculativas". A Presidência francesa anuncia que a França e a Alemanha vão apresentar "propostas conjuntas para organizar o acolhimento dos refugiados" e fazer uma "distribuição justa" na Europa.

A Comissão Europeia pede aos Estados membros que distribuam, com urgência, mais 120.000 refugiados entre si.

– 04 set: O Reino Unido declara-se disposto a receber "mais milhares de refugiados sírios".

Milhares de imigrantes retidos em Budapeste iniciam uma viagem a pé em direção à fronteira austríaca. 

– 05-06 set: A Áustria transporta para a Alemanha milhares de imigrantes que estavam retidos na Hungria. Cerca de 20.000 pessoas, na maioria sírias, entram no país por Munique.

– 07 set: O Presidente francês, François Hollande, anuncia a recepção de 24.000 refugiados nos dois próximos anos e declara-se disposto a receber, nas próximas semanas "centenas"de imigrantes procedentes da Alemanha.

Berlim decide desbloquear mais seis mil milhões de euros (14 milhões reais), quando são esperados mais de 10.000 novos refugiados hoje em Munique.

 

 

 

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Parmenas Alt
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