Estados Unidos e Japão chegaram a um acordo para a retirada de milhares de fuzileiros navais americanos da ilha de Okinawa, palco de uma das maiores batalhas da Segunda Guerra (1939-1945) e cuja tomada ajudou a motivar a rendição japonesa.
Cerca de 9 mil "marines" serão transferidos para locações "fora do Japão", segundo um comunicado conjunto de Washington e Tóquio. Outros 10 mil, porém, continuarão no país asiático. Essa revisão do acordo militar vem antes da visita do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, a Washington.
Mas ainda não se chegou a uma conclusão sobre o destino da base aérea de Futenma, em Okinawa. O Japão quer a transferência da base para outro local, mas não conseguiu ainda indicar uma locação alternativa antes do remanejamento das tropas americanas, conforme o estabelecido por um acordo fechado com os Estados Unidos em 2006.
As alternativas propostas pelo governo enfrentaram forte resistência nos locais escolhidos. Residentes de Okinawa querem a remoção da base de Futenma próxima por achar que ela barulhenta e perigosa. Como exemplo, muitos citam o estupro de uma menina de 12 anos por um soldado americano, em 1995, caso que teve grande repercussão no país.
Equilíbrio militar
No início das conversas em 2012, os dois países concordaram então em separar as duas questões, a da retirada dos soldados e a da base.
No comunicado mais recente foi informado que a base de Futenma será realocado para Camp Schwab, área de baixa densidade populacional a milhas de Naha, em linha com o acordo de 2006. Essa "permanece como única solução viável identificada até o momento", os governos disseram.
A polêmica sobre a base de Futenma trouxe um raro elemento de tensão à aliança EUA-Japão, vista por ambos países como crucial para a manutenção do equilíbrio militar na região diante do crescimento Chinês. Os Estados Unidos mantêm 50 mil militares no Japão.
UltSeg
BBC-Brasil