Para o IISS, novos líderes europeus representam esperança de novo tratamento na luta contra o terrorismo e em tentativas de levar a paz ao Oriente Médio, mas os avanços são improváveis enquanto a Casa Branca lutar para recuperar respeito global. Com uma liderança fraca em Washington, “o risco é que tensões internacionais latentes vão irromper e colocar em perigo a prosperidade global”, considerou o grupo de estudos de Londres.
Uma série de planos de ataques terroristas abortados na Europa pôs em evidência a crescente radicalização nas comunidades islâmicas do continente – e o fracasso maior em desarticular a Al-Qaeda de Osama bin Laden. “Os Estados Unidos e seus aliados não conseguiram dar um golpe mortal na Al-Qaeda; a ideologia da organização parece ter criado raízes de tal forma que serão necessárias décadas para erradicá-la”, advertiu o relatório.
No Iraque, o reforço de 30.000 soldados norte-americanos na tentativa de esmagar a insurgência precisa ter, na visão do Instituto, um comprometimento maior dos políticos iraquianos para que a violência seja contida. Para o IISS, o reforço terá fracassado se não trouxer “segurança sustentável e comprometimento político” até o começo do ano que vem. “Levará anos para que os danos causados à segurança internacional pela guerra no Iraque e a conseqüente perda de prestígio dos americanos sejam reparados”, analisa.
Redução de tropas no Iraque
O presidente George W. Bush deve anunciar nesta quinta-feira aos americanos que fará voltar do Iraque cerca de 30.000 homens até o verão de 2008, o que devolverá ao contingente o nível atingido 18 meses mais cedo e poderia frustrar ainda mais americanos cansados da guerra.
Em um pronunciamento de 15 minutos a ser transmitido em rede de televisão previsto para as 21H00, hora local, Bush deverá seguir as recomendações feitas durante a semana pelo comandante das tropas americanas no Iraque, David Petraeus.
Ele continuaria fiel ao princípio de consultar para essas decisões os comandantes no terreno, com o risco de desagradar não somente os adversários, mas também os aliados. Bush deixaria em suspenso, no entanto, a questão dos compromissos de retirada americana após julho de 2008, uma vez que restam a ele um pouco mais de seis meses na Casa Branca.
Na realidade, quatro anos e meio após a invasão, os americanos vêem que o Iraque, vítima da violência, de um estranho padrão comunitário e da corrupção, está longe do modelo que Bush prometia para o Oriente-Médio. A guerra custou a vida a mais de 3.750 de americanos e bilhões de dólares em gastos.
Cerca de 60% dos americanos consideram, hoje, que a guerra foi um erro ou que não valia a pena ter sido feita, indicaram pesquisas neste início de setembro.
(*Com informações da Agência Estado e AFP)
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