A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, pediu a Israel que dê “uma chance à diplomacia” e evite usar a força para obter a libertação do soldado israelense seqüestrado por palestinos na Faixa de Gaza.
Em meio à crescente tensão entre os dois lados, a secretária acrescentou que está em curso um “esforço internacional” para libertar o soldado israelense, raptado no domingo.
As declarações têm como objetivo esfriar os ânimos em Gaza, para onde Israel direcionou tropas, tanques e veículos blindados, indicando que uma possível ofensiva pode ser iminente.
Nesta terça-feira, palestinos bloquearam estradas com tratores, sacos de areia e arames farpados. Militantes patrulham as ruas exibindo rifles e armas anti-tanques.
Um porta-voz do braço militar do Hamas, facção que lidera o governo palestino, garantiu que os israelenses encontrarão resistência caso decidam pela invasão: “Eles não serão recebidos com flores”, disse Abu Obeida à agência Associated Press.
Fora de controle
Segundo a mesma agência, as ações radicais do braço armado do partido estão fora do controle da ala política e o seqüestro de Gilad Shalit foi realizado sem consulta entre as duas partes.
O controle sobre o braço militar do Hamas estaria geograficamente fora da Faixa de Gaza, a cargo do líder palestino Khaled Mashaal, exilado na Síria.
Na última segunda-feira, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, rejeitou as condições dos grupos que assumiram o seqüestro do soldado. Eles pediam a libertação de mulheres e crianças mantidas em prisões israelenses.
“Não haverá negociações, nem barganha, nem acordos”, afirmou Olmert. Segundo ele, Israel não vai se deixar tornar vítima da “chantagem terrorista do Hamas”.
Os líderes políticos do Hamas negaram conhecer o paradeiro de Shalit, mas pediram que o soldado seja bem tratado.