A Justiça dos Estados Unidos acusou um diretor dos serviços de inteligência venezuelano de estar envolvido diretamente com o empresário Guido Antonini Wilson, personagem central do caso da mala.
O caso explodiu em agosto passado, quando o empresário fez um vôo de Caracas para Buenos Aires com US$ 800 mil em dinheiro e foi detido pela alfândega argentina.
Segundo a justiça americana, o dinheiro que Wilson transportava era destinado à campanha presidencial de Cristina Kirchner, que venceu as eleições em outubro.
De acordo com o documento da acusação apresentado nesta sexta-feira, o diretor da inteligência, identificado apenas como “Arvelo”, teria ligado para Wilson em Miami no dia 6 de novembro, tranqüilizando-o sobre suas “preocupações” com os desdobramentos do escândalo da mala.
Outro telefonema aconteceu em 18 de novembro, outra vez sob o codinome “Arvelo”, para informar Wilson que o advogado venezuelano Moisés Maónica –detido em Miami acusado de ser um agente secreto da Venezuela– entraria em contato com ele para aconselhar sobre a estratégia a seguir para encobrir os fatos.
Acusações
Nesta quinta-feira, a Justiça americana também apresentou uma acusação formal contra cinco supostos agentes venezuelanos envolvidos no caso de envio de dinheiro para a campanha presidencial da argentina Cristina Kirchner.
Segundo o promotor responsável pelo caso, Thomas Mulvihill, os cinco réus buscavam encobrir a origem e o destino do dinheiro levado pelo empresário venezuelano Guido Antonini Wilson para a Argentina.
Os acusados são quatro venezuelanos e um uruguaio que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos havia prendido na semana passada em Miami. Wilson, que também tem nacionalidade americana, permanece em liberdade na cidade americana.
A Argentina pede a extradição do empresário, que é acusado de contrabando e lavagem de dinheiro no país, porém, não enfrenta acusações nos EUA.
A presidência argentina considera a denúncia da procuradoria americana uma “operação suja” para arranhar as boas relações de Buenos Aires com o governo de Hugo Chávez, inimigo de Washington.
Com Efe e BBC Brasil