O Exército dos Estados Unidos informou ter lançado por via aérea armas para os grupos curdos que combatem o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) perto da cidade de Kobani, na Síria. Esta foi a primeira entrega de armamentos dos EUA em mais de um mês de combates, mas a iniciativa poderá desagradar à Turquia, que enfrenta um forte movimento pela independência dos curdos que vivem no sul de seu território.
O Pentágono comunicou que entregou armas, munições e suprimentos médicos para os curdos que estão tentando evitar um massacre por parte do El, grupo que se apoderou de vastas extensos de território na Síria e no Iraque este ano. As armas americanas serão de grande ajuda para os combatentes, afirmou um porta-voz das forças curdas. Redur Xelil, porta-voz das Unidades de Proteção do Povo (principal milícia curda na Síria), confirmou a entrega das armas e disse acreditar que os combatentes receberão ajuda adicional. Xelil não revelou o tipo de armamento repassado e se limitou a afirmar que existe uma "coordenação" entre as autoridades americanas e as forças curdas sobre a entrega, sem divulgar detalhes.
A remessa de armamentos para os combatentes curdos marca uma escalada no esforço dos EUA para ajudar as forças locais na Síria a derrotar o Estado Islâmico, grupo militante sunita radical. Além da remessa de armas, Washington lidera uma coalizão internacional de mais de 20 países que realiza, há mais de um mês, bombardeios quase diários contra os jihadistas do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
O governo dos Estados Unidos anunciou a entrega de armas no domingo, com "múltiplos" lançamentos de armas fornecidas pelas autoridades curdas no Iraque. Um avião cargueiro C-130 da Força Aérea americana sobrevoou a região controlada pelos curdos e despejou os armamentos e outros suprimentos em caixotes com paraquedas.
Kobani, também conhecida pelo nome árabe de Ayn al-Arab, está cercada por combatentes do Estado Islâmico no leste, oeste e sul, e limitada ao norte pela fronteira com a Turquia. O governo turco recusou pedidos de curdos sírios para que abrisse um corredor para ajudar a população de Kobani. A Turquia vê os curdos sírios com profunda desconfiança por causa de suas ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em turco) – um classificado por Ancara como terrorista, acusado de promover atentados em nome dos direitos dos curdos na Turquia.
(Com agências EFE e France-Presse)RevistaVeja