domingo, 22/12/2024
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EUA e Rússia querem negociar com o Irã

Um encontro entre a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, mostrou que as posições das duas potências em relação ao programa nuclear do Irã são, neste momento, semelhantes. Os dois países querem focar as negociações diplomáticas para evitar que o Irã desenvolva a capacidade de construir armamentos nucleares.

“Nossa posição é que, no estágio atual, todos os esforços devem ser feitos para apoiar o processo de negociação”, afirmou Lavrov em Moscou. “Sanções e a ameaça de mais pressão são contraproducentes no nosso ponto de vista”, disse o ministro russo. Hillary Clinton, por sua vez, afirmou que os EUA também estão interessados em investir no “caminho diplomático”, que foi reaberto com a conversa realizada em Genebra, na Suíça, em 1º de outubro, que envolveu representantes do governo do Irã, dos cinco membros do Conselho de Segurança da ONU – Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia – e mais a Alemanha.

Antes do encontro na Suíça, o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou que, para seu governo, as sanções “raramente funcionam, mas às vezes são inevitáveis”, uma declaração que agradou aos Estados Unidos.

Nesta terça-feira (13), Hillary Clinton disse que o ponto da inevitabilidade ainda não foi alcançado, e que há espaço para buscar um acordo por meio do qual o Irã exerça o direito de ter energia nuclear, mas abra mão de buscar um arsenal nuclear.

Hillary reafirmou, no entanto, que os Estados Unidos também trabalham com a possibilidade de sanções. “Na ausência de progresso significativo e certeza de que o Irã não vai buscar a fabricação de armas nucleares, vamos buscar apoio da opinião pública internacional para mais sanções”.

Até aqui, o Conselho de Segurança da ONU já impôs três rodadas de sanções contra o Irã, mas a Rússia e a China se mostraram reticentes em aplicar tais medidas. Recentemente, países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait, potenciais alvos das armas nucleares do regime dos aiatolás xiitas, abriram a possibilidade de pressionar – por meios econômicos – os governos da Rússia e da China para que votem a favor de sanções contra o Irã.

A Rússia mantém uma relação dúbia com o Irã, o que leva muitos analistas a crer que Moscou evita pressionar o Irã para manter no Oriente Médio, uma região amplamente influenciada pelos Estados Unidos, um governo antagônico ao de Washington.

No início de setembro, por exemplo, o mesmo Lavrov que se encontrou com Hillary Clinton foi obrigado a dar entrevista negando que o navio cargueiro Artic Sea, sequestrado em 24 de julho na costa da Suécia, levava um carregamento de mísseis terra-ar S-300 ao Irã. Oficialmente, a embarcação levava uma carga de madeira para a Argélia, mas até hoje ninguém conseguiu explicar as razões de os sequestradores – detidos pela Marinha russa – terem atacado um navio com carga de pouco valor em um dos mares mais vigiados do mundo.

REDAÇÃO ÉPOCA

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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