Os Estados Unidos apresentaram uma projeto com medidas para resolver a situação na Venezuela ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Os norte-americanos pedem que o país de Nicolás Maduro facilite o acesso de ajuda humanitária internacional e realize novas eleições presidenciais. Em resposta, a Rússia propôs outra resolução.
Na última sexta-feira (8), Moscou enviou aos membros do Conselho um “texto alternativo” ao apresentado por Washington, segundo diplomatas. A proposta russa expressaria preocupação com “tentativas de intervenção em questões que estão essencialmente sob jurisdição doméstica” e “ameaças de uso da força contra a integridade territorial e a independência política” da Venezuela .
O projeto apresentado pelos EUA, ao contrário, expressa “pleno apoio” do Conselho de Segurança à Assembleia Nacional Venezuelana, controlada pela oposição, definindo-a como a “única instituição democraticamente eleita no país”. Manifestando “preocupação com a violência e o uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos”, o texto também pede um processo político que conduza a eleições presidenciais “livres, justas e credíveis”.
O projeto norte-americano ressalta a necessidade de evitar uma “deterioração adicional da situação humanitária” na Venezuela, assolada por grave crise econômica e política, e de facilitar a entrega de ajuda aos que necessitam.
Washington ainda não indicou uma data para que o texto seja votado. Fontes diplomáticas afirmam que a Rússia – que endossa a presidência de Nicolás Maduro e acusa os EUA de apoiarem um golpe de estado no país – utilizará seu direito de veto para barrar a resolução.
Para ser aprovada, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU precisa de nove votos entre seus 15 membros e não pode ser vetada por nenhum dos cinco integrantes permanentes do grupo: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China.
Moscou e Washington estão em lados opostos na atual disputa pelo poder na Venezuela. Enquanto os EUA declaram apoio ao presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó , que se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro, a Rússia segue apoiando Maduro.
Além dos EUA, mais de 40 países já declararam apoio ao oposicionista Guaidó, entre eles Brasil, Alemanha e uma série de outras nações sul-americanas. Maduro ainda conta com o apoio não apenas de Moscou, mas também das Forças Armadas venezuelanas e da China, entre outros aliados.
*Com informações da Agência Brasil e da Deutsche Welle