sábado, 16/11/2024
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EUA e Afeganistão mantêm contatos com rebeldes afegãos, diz jornal

Os governos dos Estados Unidos e do Afeganistão mantiveram contatos nos últimos meses com o clã de Haqqani, o mais perigoso dos grupos insurgentes afegãos, segundo reportagem do jornal britânico “The Guardian”, publicada nesta quinta-feira (7).

O governo de Hamid Karzai manteve no meio deste ano conversas diretas com membros destacados desse clã, segundo fontes paquistanesas e árabes, citadas pelo jornal.

Por sua vez, os contatos dos EUA, que já duram um ano e meio, são indiretos, por meio de um intermediário ocidental não-vinculado ao governo, diz a reportagem.

O clã de Haqqani é conhecido por seu caráter impiedoso. Ele mantém estreitos laços com a organização terrorista Al Qaeda.

Cabul e Washington chegaram, no entanto, à conclusão de que não se pode excluir esse grupo para se chegar a um acordo de paz durável no Afeganistão.

Uma fonte ocidental disse ao jornal que os Estados Unidos consideram o grupo de Haqqani é neste momento mais poderoso que a Quetta Shura – o grupo de taleban liderado pelo mulá Omar.

“A Quetta Shura continua sendo grande, mas não tanto quanto se pensava há dois anos. Seu prestígio e impacto decaíram e tem cada vez menos importância no campo de batalha. Agora a ameaça militar procede dos Haqqani”, disse essa fonte.

Os dois pólos da insurgência estão situados a uma distância de pelo menos 400 quilômetros ao longo da chamada Linha Durand, a fronteira paquistanesa.

O diário americano “The Washington Post” informou ontem sobre a existência de contatos de alto nível entre o governo afegão e a Quetta Shura, mas não com a rede de Haqqani.

O chefe da CIA (Inteligência americana), Leon Panetta, disse em junho que não achava que o clã Haqqani tivesse o mínimo interesse na reconciliação nacional.

No entanto, as fontes ocidentais, árabes e paquistaneses contatadas pelo “The Guardian” indicaram que os Haqqani parecem ter chegado à conclusão de que a saída mais provável do atual conflito é um “acordo negociado” e não querem ficar à margem.

EFE/UOL

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Parmenas Alt
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