quinta-feira, 21/11/2024
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EUA dizem estar “preocupados” com ataque da Otan que matou 90 no Afeganistão

A Casa Branca afirmou nesta sexta-feira que os estados Unidos estão “muito preocupados” com a possibilidade de vítimas civis entre os cerca de 90 mortos –entre eles possivelmente dezenas de civis– em um bombardeio aéreo das forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Província de Kunduz, norte do Afeganistão.

A morte de civis é um dos temas mais delicados da missão comandada pelos EUA no país e motivo de frequentes atritos entre Washington e Cabul.

O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse ainda que o ataque será investigado. “Obviamente, cada vez que perdemos vidas humanas em um conflito como este, particularmente a vida de civis, ficamos muito preocupados”, disse.

Mais cedo, o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, criticou o ataque e afirmou que atacar civis é, em qualquer caso, “inaceitável”.

Um policial afegão afirmou, em condição de anonimato, que há cerca de 40 civis entre as vítimas do bombardeio. O governador de Kunduz, Mahbubullah Sayedi, citado pela agência de notícias France Presse, afirmou que há moradores locais entre as vítimas, incluindo algumas crianças, que buscavam a gasolina gratuita.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, admitiu nesta sexta-feira que pode haver civis entre as vítimas do bombardeio aéreo das forças internacionais contra dois caminhões-tanques de combustível na Província de Kunduz.

As forças da Otan estão investigando se efetivamente há vítimas civis no bombardeio aéreo contra dois caminhões-tanque com combustível roubados por militantes do grupo islâmico radical Taleban na Província de Kunduz. O ataque provocou uma grande explosão e um incêndio devastador na região.

Ataque

A porta-voz da Isaf, comandante Christine Sidenstricker, afirmou que as autoridades afegãs reportaram o roubo dos dois caminhões e o avião da Otan localizou os veículos na margem de um rio.

“Depois de observar que havia apenas insurgentes na área, o comandante local da Isaf ordenou os ataques aéreos que destruíram os caminhões e mataram um grande número de insurgentes”, disse.

Questionada sobre como o piloto poderia identificar se a multidão era apenas de insurgentes, ela disse que as forças usam “informação disponível na cena”.

Tensão

O ataque em Kunduz pode reacender a rejeição ao trabalho das forças internacionais entre os civis afegãos, dois meses depois que o novo comandante das forças dos EUA no país, Stanley McChrystal, anunciar medidas para reduzir a morte de civis na guerra.

Em reportagem publicada em junho pelo jornal americano “The New York Times”, McChrystal afirmou em entrevistas nos últimos dias que a utilização de ataques aéreos no Afeganistão será permitida apenas para prevenir ofensivas contra tropas americanas e da coalizão internacional.

A declaração veio após a repercussão do ataque americano de 4 de maio passado que matou 140 civis Província de Farah, em maio, segundo fontes afegãs. Os EUA admitiram erros na operação, mas dizem ter matado mais talebans que civis. Dias após o ataque, militares americanos contabilizaram um saldo de 20 civis e 60 insurgentes mortos.

F.Online

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Parmenas Alt
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