Os Estados Unidos voltaram a criticar a Bolívia pela lenta erradicação das plantações de coca, principal ingrediente da cocaína, nesta sexta-feira, e alertaram que a droga é levada para países vizinhos, como a Argentina, o Brasil e o Chile, tendo a Europa como destino final.
“O governo [do presidente Evo Morales] manifestou suas boas intenções de erradicar os cultivos de coca nos Yungas; sabemos que é difícil, mas não estão alcançando os objetivos e os resultados que vemos são muito lentos”, afirmou o embaixador dos Estados Unidos em La Paz, Philip Goldberg.
A posição do diplomata, recorrente na hora de observar a vontade do chefe de Estado e líder dos cocaleros de elevar a fronteira legal dos cultivos de coca de 12 mil para 20 mil hectares, foi divulgada no momento em que uma delegação do governo e empresários tentam em Washington a ampliação da Lei de Preferências Alfandegárias Andinas (ATPDEA, na sigla em inglês).
Para o embaixador, a cocaína que sai da Bolívia, calculada de maneira extra-oficial em torno de 60 toneladas anuais, não só é transportada para os Estados Unidos, como para a Europa e países que servem de intermediários como a Argentina, o Brasil e o Chile.
A Bolívia, o terceiro país produtor de cocaína da região, depois da Colômbia e do Peru, possui cerca de 25 mil hectares de coca, segundo imagens de satélites americanos, apesar da Lei Antidrogas deste país fixar um total de 12 mil hectares para usos tradicionais. A folha de coca também é mascada e usada para chás e outros produtos.
da France Presse, em La Paz