As autoridades americanas aprovaram nesta segunda-feira o primeiro medicamento derivado da maconha para a venda no país, Epidiolex, que será usado para tratar dois tipos raros, mas severos de epilepsia infantil.
O Epidiolex contém canabidiol purificado, o CBD, que é um dos mais de 80 componentes ativos da planta de cannabis.
“Este é um importante avanço médico”, anunciou o comissário Scott Gottlieb, da agência americana de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês).
“Mas também é importante notar que esta não é uma aprovação da maconha ou de todos os seus componentes. É a aprovação de um medicamento específico de CBD para um uso específico”, acrescentou.
O medicamento foi aprovado para tratar as síndromes de Lennox-Gastaut (LGS) e de Dravet, tipos de epilepsia que causam severas convulsões, em pacientes de dois ou mais anos de idade, aponta a FDA.
A síndrome de Dravet é uma rara condição genética que causa convulsões frequentes relacionadas com a febre, espasmos musculares involuntários e contínuas convulsões potencialmente mortais, que requerem atenção médica de emergência.
As crianças que padecem da doença “tipicamente experimentam um desenvolvimento deficiente da linguagem e das habilidades motoras, uma hiperatividade e dificuldades para relacionar-se com outras pessoas”, disse a FDA.
Assim como a síndrome de Dravet, a de Lennox-Gastaut também começa na infância e causa múltiplos tipos de convulsões. A maioria das crianças afetadas têm problemas de aprendizagem, deficiência intelectual e precisam de ajuda com suas atividades diárias.
“Para aqueles que vivem com convulsões intratáveis causadas pelas síndromes LGS e Dravet, o Epidiolex representa um verdadeiro avanço médico”, disse Philip Gattone, presidente e CEO da Fundação para a Epilepsia.
Antes de o medicamento ser comercializado, a FDA deve reclassificar o CBD, que é considerado uma droga com alto risco de abuso e sem valor médico porque deriva da maconha.
Espera-se que este procedimento seja realizado em 90 dias, segundo o GW Pharmaceuticals, que comercializará o medicamento através de sua subsidiária Greenwich Biosciences.
A Agência Europeia de Medicamentos atualmente revisa o uso do Epidiolex para tratar convulsões vinculadas às síndromes LGS e Dravet e sua decisão está prevista para o ano que vem.