O governo dos Estados Unidos ampliou a lista de suspeitos de terrorismo proibidos de embarcar em voos para o país como parte da revisão dos sistemas de segurança após a tentativa de atentado em um voo da Northwest Airlines no último dia 25, informou a Casa Branca nesta segunda-feira.
“Milhares e milhares de nomes foram retirados e provavelmente dúzias foram colocados em listas diferentes”, afirmou hoje Bill Burton, porta-voz da Casa Branca, em declarações à imprensa.
Segundo Burton, como parte desse processo, nomes da lista Ambiente Datamart de Identidades Terroristas (Tide, na sigla em inglês), do centro Nacional de Contraterrorismo, que inclui mais de 500 mil registros, foram passados para uma categoria mais restrita que impede os integrantes da listagem de embarcar em voos americanos.
As mudanças fazem parte do processo iniciado no final do mês passado depois que um jovem nigeriano de 23 anos tentou detonar, sem sucesso, um explosivo que levava aderido ao corpo quando o avião no qual viajava, que havia decolado de Amsterdã e se preparava para aterrissar em Detroit.
Umar Farouk Abdulmutallab estava na lista de vigilância “genérica” de terroristas.
O incidente também estimulou o endurecimento das medidas de segurança que entraram em vigor nesta segunda-feira para as pessoas que viajam para os Estados Unidos a partir ou através do Iêmen, Nigéria, Arábia Saudita e outros 11 países.
A autoridade americana de segurança nos transportes (TSA) esboçou a novas regras de segurança em uma mensagem que enviou a companhias aéreas neste domingo, mas os relatórios iniciais de vários países europeus indicaram que eles ainda estão demorando a assimilar as normas.
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou no domingo que os scanners de corpo inteiro seriam introduzidos nos aeroportos britânicos, autoridades holandesas informaram na semana passada que iriam começar a usar o scanner para os passageiros com destino aos EUA.
Na capital iemenita, o pessoal da segurança no aeroporto Sana foi orientado a aplicar medidas rigorosas, incluindo um cuidadoso exame de bagagem e revista de passageiros, especialmente os que partem para os EUA.
Reunião
O presidente dos EUA, Barack Obama, prepara-se para se reunir nesta terça-feira com o alto escalão do governo para avaliar os erros que permitiram o incidente.
Durante o encontro, Obama receberá informações sobre as mudanças empreendidas pelas distintas agências de segurança e transporte para evitar casos similares, disse Burton.
“As medidas de segurança estão mudando na medida em que o processo de revisão avança”, afirmou o porta-voz.
nesta segunda-feira, Obama se reuniu com altos funcionários da CIA (agência de inteligência americana), assim como com seu assessor de contraterrorismo, John Brennan, que lidera o processo de revisão em andamento.
A Casa Branca espera divulgar novas informações sobre o processo amanhã.
As novas regras do governo americano exigem que os cidadãos de 14 países, incluindo Irã, Nigéria e Iêmen, sejam submetidos a uma revista adicional antes de embarcar um voo para os EUA.
O Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes anunciou hoje que realizará uma audiência no próximo dia 13 sobre o atentado fracassado.
A tentativa de atentado, que para os EUA contou com o respaldo de uma ramificação do grupo terrorista Al Qaeda no Iêmen, fez com que Washington decidisse fechar sua embaixada nesse país diante do temor de que possa ser alvo de um ataque terrorista.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse nesta segunda-feira que a sede diplomática será reaberta “quando as condições o permitirem” e assegurou que o Iêmen representa uma “ameaça” para a estabilidade global.
F.Onl/Com Efe e Associated Press
