Os Estados Unidos sabiam dos planos colombianos para libertar Ingrid Betancourt e outros 14 reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), segundo informou nesta quinta-feira, 3, a porta-voz do governo Dana Perino. Contudo, a Casa Branca declarou que o governo colombiano não necessitava de um “sinal verde” de seu aliado americano para realizar a operação.
“Nós estávamos informados desde as fases de planificação, mas foi uma operação concebida pelos colombianos e executada por eles com nosso completo apoio”, declarou a Casa Branca. A porta-voz afirmou ainda que desde que os três americanos foram seqüestrados pelo grupo, há cinco anos, Washington coordena ações com Bogotá “para libertá-los, porém a ação deveria ser feita de modo que a segurança das pessoas fosse garantida e dispondo de uma inteligência operacional para resgatá-los a salvo”. Os EUA afirmaram ainda que a ação foi planejada por um longo tempo.
O subsecretário de Estado americano para a América Latina, Thomas Shannon, confirmou que seu país continuará apoiando o governo de Uribe, porque ainda “há muito trabalho a fazer não só em termos das Farc, mas em construir uma economia que realmente possa dar prosperidade a todos os colombianos”.
Shannon disse que é um dever de todos os Estados da região apoiar a política de segurança do presidente Álvaro Uribe e exigiu que a guerrilha liberte os outros reféns. O subsecretário afirmou que “a política de segurança está funcionando” e que “é um dever de todos os Estados na região apoiar a segurança de um Estado democrático como a Colômbia”.
“É nossa esperança que, com este golpe, os países reconheçam que o governo do presidente Uribe deve ser apoiado nesta luta contra as Farc”, disse. Além disso, Shannon exigiu que as Farc libertem todos os seqüestrados que ainda têm em seu poder, se comprometer à reintegração à sociedade e “buscar uma via pacífica de terminar este tipo de luta”.
O subsecretário elogiou o trabalho das Forças Militares colombianas por seu “valor e coragem”. A maneira em que militares foram infiltrados entre os rebeldes indica que estão “confiantes, e a capacidade de entrar e manipular as Farc nesta operação é de um impacto enorme para a Colômbia”, disse.